Antes mesmo da pandemia de covid-19, a Tesla precisou adotar o trabalho remoto, afinal ela se viu diante de um crescimento expressivo nos últimos anos. Mesmo assim, a empresa não ganhou novos espaços de trabalho, nem adquiriu equipamentos para atender a todos.
Por Redação, com Tecnoblog - de San Carlos, Califórnia
Em 31 de maio, Elon Musk enviou um e-mail para seus funcionários com um ultimato: ou voltavam ao trabalho presencial por, no mínimo, 40 horas semanais ou eles deveriam deixar a Tesla. Agora, três meses depois, uma reportagem da CNBC revelou que ainda não há espaço para comportá-los e que a empresa estaria demitindo sem aviso prévio os colaboradores que se opunham ao novo formato.Antes mesmo da pandemia de covid-19, a Tesla precisou adotar o trabalho remoto, afinal ela se viu diante de um crescimento expressivo nos últimos anos. Mesmo assim, a empresa não ganhou novos espaços de trabalho, nem adquiriu equipamentos para atender a todos.
Na reportagem da CNBC, diversos funcionários que trabalham na baía de São Francisco, na Califórnia, disseram que a Tesla queria trazê-los aos escritórios três dias por semana.
No entanto, a falta de espaço nas mesas, cadeiras, vagas de estacionamento e outros recursos teria passado dos limites. Como uma tentativa de solução, a companhia teria feito escalas, definindo horários escalonados nos escritórios para dois dias na semana.
A reportagem afirma, inclusive, que materiais simples, como cabos e carregadores, estão em falta. Até para falar com outras pessoas no telefone estaria difícil. Os funcionários denunciam que precisam ir até a área externa do prédio para atender e realizar chamadas, devido à superlotação, falta de salas de reunião e cabines individuais.
Empresa teria demitido funcionários sem aviso prévio
Em junho, após Musk exigir 40 horas de trabalho presenciais, a CNBC reportou que Tesla fez cortes acentuados em seu quadro. Quem antes trabalhava no regime remoto e não pode se mudar para o presencial, tem até o fim deste mês para se decidir entre a vaga na empresa ou a demissão.
Uma semana depois dessa oferta, o RH da Tesla teria perguntado às pessoas que moravam longe se elas planejavam se mudar. Alguns dos que disseram não ter certeza ou que, de cara, negaram a proposta, foram demitidos sem aviso prévio.
Ainda de acordo com a matéria da CNBC, a Tesla estaria monitorando a presença de seus funcionários por meio de seus crachás. Por isso, descobriu-se que semanalmente Musk estaria recebendo relatórios sobre os faltosos.
Contudo, nem todos os funcionários são monitorados da mesma forma. Aqueles que respondem diretamente a Elon Musk, por exemplo, não têm suas presenças contabilizadas nesse relatório.
Segundo documentos internos, no início de setembro, cerca de 12,5% dos funcionários da unidade em Fremont, na Califórnia tinham faltado em um dia normal de trabalho.
Quando esse dado foi comparado com toda a companhia, a presença foi um pouco melhor. Nesse mesmo período, cerca de um em cada dez funcionários estava ausente em um dia normal de trabalho.
A CNBC disse que entrou em contato com a Tesla, mas a empresa não respondeu até a publicação da reportagem.