Rio de Janeiro, 20 de Setembro de 2024

Economistas de Lula buscam fórmula para integrar propostas da direita

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Terça, 04 de Outubro de 2022 às 13:38, por: CdB

"Nosso programa é dinâmico, não fechou totalmente, foi um programa que definiu diretrizes, pontos programáticos, que foi aberto à discussão e continua aberto. Você não pode querer um aliado sem incorporar uma parte do seu pensamento e uma parte de suas propostas", disse o ex-ministro da Fazenda das gestões petistas Guido Mantega.

Por Redação, com Reuters - de São Paulo
Em busca de consolidar a dianteira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições e garantir uma vitória no segundo turno, economistas do partido ouvidos pela agência inglesa de notícias Reuters sugerem que o programa de governo do partido incorpore propostas de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB); além de defender maior foco na atração de votos da classe média.
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Ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega avalia que a economia brasileira passa por um momento de extrema dificuldade
O objetivo dos conselheiros do ex-presidente é facilitar a formação de alianças, principalmente com esses dois ex-candidatos, que reuniram 8,5 milhões de votos no primeiro turno, o equivalente a 7,2% dos votos válidos. — Nosso programa é dinâmico, não fechou totalmente, foi um programa que definiu diretrizes, pontos programáticos, que foi aberto à discussão e continua aberto. Você não pode querer um aliado sem incorporar uma parte do seu pensamento e uma parte de suas propostas — disse o ex-ministro da Fazenda das gestões petistas Guido Mantega.

Segundo turno

Um segundo conselheiro, que falou à agência em condição de anonimato, frisou que muitas das ideias que constam no programa de adversários do PT no primeiro turno estão em acordo com os princípios desenvolvidos pela equipe petista, e que as convergências facilitam a pavimentação das alianças. Após a definição do resultado das eleições do domingo, vencida por Lula por uma vantagem de pouco mais de 5 pontos percentuais sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), Tebet e Ciro pediram prazo para refletir e ter conversas com seus partidos e aliados antes do anúncio de possíveis apoios ao segundo turno, que ocorre dia 30 de outubro. Citando especificamente Tebet, Mantega ressaltou que a então candidata vinha fazendo forte defesa de um fortalecimento de pautas da educação, agenda que ele classificou como central para o PT e facilmente incorporável ao programa de governo. Ciro Gomes, quarto colocado na disputa em primeiro turno, é histórico defensor de um amplo programa de renegociação de dívidas, algo que foi inserido no programa preliminar do PT, mas de maneira genérica, podendo agora receber mais ênfase nessa segunda etapa da disputa.

Teto de gastos

A campanha de Lula, que pretende acabar com o teto constitucional de gastos, chegou a cogitar detalhar publicamente, ainda antes do primeiro turno, temas como regime fiscal, crédito e reforma tributária sob um eventual terceiro termo do ex-presidente. Mas o plano acabou suspenso sob a leitura de que abriria brecha para polêmicas num momento em que a campanha buscava justamente construir uma frente ampla para derrotar Bolsonaro no primeiro turno, atraindo críticas de que Lula estava pedindo um cheque em branco para a economia enquanto frisava que seus governos anteriores eram prova suficiente de sua responsabilidade fiscal. Agora Mantega diz que as medidas podem ser "um pouco mais detalhadas", ponderando que isso dependerá das conversas com aliados. Já a antecipação do nome do ministro da Fazenda caso Lula ganhe a eleição — ideia que o candidato repeliu até aqui — não está sendo em princípio estudada, indicaram os assessores.
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