Diretora da Precisa ligou para senador da base aliada ao governo Bolsonaro

Arquivado em:
Publicado Terça, 03 de Agosto de 2021 às 13:33, por: CdB

A Precisa Medicamentos foi a empresa que atuou como atravessadora na venda de 20 milhões de doses de Covaxin para o governo brasileiro. Nessa compra, a Precisa falsificou documentos e tentou, com ajuda de membros do governo Bolsonaro, pedir pagamento adiantado de US$ 45 milhões.

Por Redação - de Brasília
A quebra do sigilo telefônico da diretora da Precisa Medicamentos, Emanuela Batista de Souza Medrades, mostra que ela ligou ao Departamento de Logística do Ministério da Saúde para um capitão da Marinha que trabalha no Ministério da Defesa, antes das tratativas oficiais e antes do escândalo vir a público, como também ao senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), ardoroso defensor, na CPI da Covid, do tratamento precoce apregoado por Bolsonaro.
renan-calheiros1.jpg
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, questionou a venda de vacinas proposta pela Precisa Medicamentos
A Precisa Medicamentos foi a empresa que atuou como atravessadora na venda de 20 milhões de doses de Covaxin para o governo brasileiro. Nessa compra, a Precisa falsificou documentos e tentou, com ajuda de membros do governo Bolsonaro, pedir pagamento adiantado de US$ 45 milhões. Segundo o Ministério da Saúde, a negociação com a Precisa Medicamentos começou em uma reunião realizada no dia 20 de novembro.

Invoice

Entretanto, a quebra de sigilo de Emanuela, determinada pela CPI da Pandemia, mostra que ela ligou para o número fixo do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, que era comandado por Roberto Dias, no dia 4 de novembro. Roberto Dias foi quem pressionou o servidor concursado Luis Ricardo Miranda, da divisão de importações do Departamento de Logística, a assinar uma invoice (nota fiscal internacional) que pedia pagamento adiantado para uma empresa que não era sequer citada no contrato e que é sediada em um paraíso fiscal. Luis Ricardo Miranda suspeitou, pelo comportamento de seus superiores e pelas irregularidades na invoice, que estava diante de um caso de corrupção e levou a denúncia até Jair Bolsonaro. Bolsonaro preferiu acobertar seus aliados. Emanuela Medrades fez quatro ligações para Luiz Carlos Heinze no dia 18 de abril, cinco dias depois da criação da CPI da Pandemia.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo