Direção do PT bate o martelo e Marta Suplicy é aceita de volta à legenda

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Publicado Quarta, 17 de Janeiro de 2024 às 16:45, por: CdB

A indicação de Marta para vice de Boulos teve o apoio da maioria dos líderes petistas, que concordaram em relevar o rompimento dela com o partido e o voto pelo impeachment da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT).


Por Redação - de São Paulo

A direção executiva municipal do PT paulistano chegou a uma decisão final quanto à filiação da ex-prefeita Marta Suplicy e sua indicação como vice de Guilherme Boulos (PSOL) na eleição para a Prefeitura de São Paulo. O Diretório Municipal deu sinal verde à volta da ex-prefeita e descartou a possibilidade de prévias.

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Falcão, Lula e Marta Suplicy conversaram sobre as eleições deste ano


A indicação de Marta para vice de Boulos teve o apoio da maioria dos líderes petistas, que concordaram em relevar o rompimento dela com o partido e o voto pelo impeachment da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT). Setores mais à esquerda e o deputado estadual Eduardo Suplicy protestaram contra a decisão.

Segundo o presidente do diretório municipal petista, Laércio Ribeiro, a Executiva decidiu que não haverá prévias, ainda que surjam outras candidaturas.

— Se aparecer um nome, essa decisão será tomada pela direção municipal, e não em processo de prévias. O diretório municipal recebe com bom grado e dará as boas-vindas ao retorno da Marta Suplicy ao PT", disse o dirigente, descrevendo a gestão da ex-prefeita como extraordinária e falando que ela deixou "marcas importantíssimas, que o PT carrega até hoje — disse Ribeiro, a jornalistas.

 

Exigências


O dirigente petista disse, ainda, que os encaminhamentos obtiveram maioria na votação da noite passada —foram 12 votos favoráveis, um contrário, uma abstenção e duas ausências. Segundo ele, eventuais questionamentos serão analisados pelo PT no âmbito municipal, evitando que o caso vá para a instância nacional.

A executiva municipal do PT também decidiu que Marta Suplicy deverá fazer um trabalho de aproximação com o diretório paulistano e as bancadas municipal, estadual e federal do PT. Um calendário será fechado em breve na intenção de, segundo Ribeiro, fazer "um processo de escuta para ir diluindo essas resistências”.

Boulos cumpriu as mesmas exigências, para melhorar a aceitação a sua candidatura entre os petistas. É a primeira vez que o PT abre mão de candidatura própria na capital paulista.

Segundo Ribeiro, não ficou definida uma data para a filiação da ex-prefeita, que será um acontecimento a ser comemorado em uma atividade festiva. A questão será decidida conforme a agenda de Boulos e de Lula. Não está confirmada a presença do presidente, mas espera-se que ele participe do ato.

 

Circunstâncias


Ex-marido da sexóloga, o deputado Suplicy conversou com a ex-mulher, na véspera e, segundo pessoas próximas aos dois, ele saiu do encontro convencido a não mais trabalhar por prévias e facilitar o retorno dela. Marta esperava a reunião do Diretório para seguir adiante com o pedido de filiação.

O deputado distribuiu aos participantes do Diretório Municipal um texto em que, após descrever as circunstâncias e a ausência de condições para prévias, declara apoio à chapa Boulos-Marta, "na expectativa de que venham a realizar uma entusiasta campanha e uma administração que seja caracterizada por forte participação popular, total transparência e correção em seus atos".

Na carta, Suplicy também faz uma série de sugestões para o programa de governo da candidatura, incluindo o apoio da chapa à implementação no país da renda básica de cidadania, projeto de sua vida. Segundo o PT, os pedidos serão encaminhados à equipe que elabora as propostas de Boulos.

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