É necessária máxima atenção às provocações que podem, e vão!, ocorrer nas atividades de campanha e evitar entrar nelas. É fundamental ter “cabeça fria” e “coração quente”, como nos ensina o fantástico técnico do Palmeiras, o gajo Abel Ferreira.
Por Altair Freitas - de São Paulo
Em um espaço de tempo de 10 dias, Bolsonaro e o bolsonarismo viram seu sonho golpista virar fumaça, especialmente quando vinculado às comemorações do 7 de Setembro, simbólica data pátria do bicentenário da nossa independência, que eles tentavam sequestrar para criar uma situação de ruptura política ainda mais profunda. Com a realização do ato organizado pela Faculdade de Direito da USP para a leitura da “Carta aos Brasileiros e Brasileiras” no dia 11 de Agosto, que mobilizou uma multidão dentro e fora da sede daquela faculdade no Centro de São Paulo, passando pela humilhante e vexatória situação do presidente da república protagonizada pelo ministro Alexandre de Moraes na sua posse para a presidência do TSE culminando com o cancelamento do “desfile militar” em Copacabana no dia da independência. Os sonhos de uma aventura golpista escorreram pelos dedos feito água fervente.Atenção às provocações
É necessária máxima atenção às provocações que podem, e vão!, ocorrer nas atividades de campanha e evitar entrar nelas. É fundamental ter “cabeça fria” e “coração quente”, como nos ensina o fantástico técnico do Palmeiras, o gajo Abel Ferreira. Temos tudo para ganhar a eleição presidencial de modo inquestionável. Podemos vencer em Estados chaves da federação. Podemos ter uma bancada progressista mais alentada no Congresso Nacional e o nosso PCdoB pode sair desse processo mais fortalecido, com uma maior representação parlamentar e com a ocupação de importantes espaços de poder, superando os últimos processos eleitorais realizados em um ambiente profundamente negativo para as nossas ideias. É preciso foco no diálogo com o povo, com o eleitorado, levar nossas propostas, ampliar nossos apoios políticos e de massas, conscientizar quem ainda está em dúvida sobre os (as) melhores (as) candidatos (as) para os cargos em disputa, consolidar o que temos e buscar a cada dia levar a campanha mais longe, com abnegado espírito militante. É por causa de tudo isso que, insisto, precisamos redobrar a atenção para impedir que tresloucados que andam por aí (e andam!), cometam atos que possam levar a conflagrações que possibilitem a Bolsonaro retomar seu intento golpista. Para quem a essa altura do torneio acha que estou vendo fantasmas, cito apenas três ações isoladas que resultaram em impactos históricos intenso: em 1914, o assassinato do arquiduque, Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do império Austro-Húngaro, na cidade de Sarajevo, colocou para funcionar as engrenagens das máquinas da guerra imperialista e o mundo entrou militarmente na 1ª Guerra Mundial (1914-1918). Aqui no Brasil, em julho de 1930, o assassinato de João Pessoa, então presidente do estado da Paraíba, deflagrou a “Revolução de 30”, uma vez que Pessoa havia sido candidato a vice de Getúlio Vargas, derrotado na eleição de março daquele ano. A morte de João Pessoa foi tomada como um atentado político às forças getulistas, desencadeando uma onda de protestos que resultou na revolução. E segue viva entre nós a consequência nefasta aquela facada de 2018. Os exemplos são muitos e poderia ficar aqui um bom tempo descrevendo-os. Mas acredito que deu para entender!Altair Freitas, é historiador, Membro do Comitê Central, diretor da Escola Nacional João Amazonas , secretário de organização do PCdoB da cidade de São Paulo.
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