Desesperado, mandatário retoma história da suposta facada, em Minas

A publicação em ano eleitoral cumpre o que já era esperado por cientistas políticos: Bolsonaro usará o episódio da facada para tentar reanimar o eleitorado e quem sabe alavancar sua candidatura. Para Marcos Coimbra, em opinião recente publicada na revista CartaCapital, no entanto, a estratégia não deverá render frutos ao presidente.

Por Redação, com CartaCapital - de Brasília

Diante a queda vertiginosa nas pesquisas de opinião, que sinaliza para uma possível derrota ainda no primeiro turno para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o mandatário neofascista presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta de tudo para voltar às boas com o eleitorado. O episódio da suposta facada em Juiz de Fora (MG), na campanha de 2018, ponto alto da sua estratégia eleitoral, voltou às redes sociais nesta segunda-feira. Derrotado em todas as pesquisas, o presidente publicou um vídeo em que aparece conversando com Magno Malta e os filhos logo após ter acordado no hospital.

A publicação em ano eleitoral cumpre o que já era esperado por cientistas políticos: Bolsonaro usará o episódio da facada para tentar reanimar o eleitorado e quem sabe alavancar sua candidatura. Para Marcos Coimbra, em opinião recente publicada na revista CartaCapital, no entanto, a estratégia não deverá render frutos ao presidente. Isso não significa, porém, que ela não será arduamente explorada neste ano.

Velho slogan

A estratégia não é exatamente uma novidade. Em maio de 2021, horas depois de pesquisas de opinião começarem a marcar recordes de rejeição ao seu governo – 59% na ocasião –, Bolsonaro também resgatou um vídeo ‘inédito’ da facada. Na publicação, aparecia chegando a São Paulo de helicóptero após os primeiros atendimentos em Juiz de Fora. O mesmo tom é retomado na nova publicação. No vídeo que, de acordo com Bolsonaro, somente teve conhecimento agora, ele aparece com Magno Malta e usa frases de efeito ainda presentes em seus discursos no cercadinho. Termos como ‘missão’ e o velho slogan ‘Brasil acima de tudo, Deus acima de todos’ são repetidos pelo então candidato deitado em uma maca e com tom de voz convalescido. Ele diz não se lembrar de ter feito o discurso.