Em debate, Bolsonaro agride mulheres e amplia rejeição

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Publicado Segunda, 29 de Agosto de 2022 às 14:14, por: CdB

O momento mais tenso do debate, no entanto, veio logo na sequência, quando a jornalista Vera Magalhães (TV Cultura) perguntou a Ciro Gomes, com comentário de Bolsonaro, sobre a campanha de desinformação contra a vacina, promovida pelo atual presidente.

Por Redação - de São Paulo O primeiro debate entre candidatos à Presidência da República das eleições 2022, encerrado na madrugada desta segunda-feira, serviu novamente para o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), agredir verbalmente as mulheres que o confrontaram, diretamente; além mentir sobre a Petrobras e sobre “conquistas” de seu governo. Bolsonaro atacou jornalistas e adversários, na tentativa de superar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mas, segundo pesquisa sobre o debate, saiu ainda mais desgastado e com uma rejeição maior.
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Bolsonaro usou um tom ríspido contra a jornalista Vera Magalhães, para não responder à pergunta
Ao fim do programa os candidatos Ciro Gomes e Simone Tebet saíram com avaliações positivas, enquanto que Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe D’Ávila (Novo) ocuparam papeis secundários na defesa intransigente de medidas liberais. O debate foi promovido por UOL, Band, Folha e TV Cultura Vergonha No momento em que jornalistas do consórcio dirigiram perguntas aos candidatos, o apresentador Rodolfo Schneider (Band) perguntou a Bolsonaro sobre auxílio emergencial, um dos temas mais comentados pelos internautas que acompanharam o debate. Frisou que o Auxílio Brasil de R$ 600 vale apenas até o fim deste ano, uma vez que no Orçamento do ano que vem leva o valor do benefício de volta a R$ 400, apesar das promessas de Bolsonaro de manter o valor anterior. — De onde sairá esse dinheiro? — perguntou o entrevistador. O candidato à reeleição afirmou, genericamente, que vai manter o valor e o programa se eleito. O momento mais tenso do debate, no entanto, veio logo na sequência, quando a jornalista Vera Magalhães (TV Cultura) perguntou a Ciro Gomes, com comentário de Bolsonaro, sobre a campanha de desinformação contra a vacina, promovida pelo atual presidente. Bolsonaro não comentou, mas preferiu dizer que Vera “é uma vergonha ao jornalismo brasileiro”. O mandatário seguiu em tom grosseiro, afirmando que “a senhora é uma vergonha. Não estou atacando mulher não, não vem com vitimismo”, sem qualquer menção à defesa das vacinas. Ao final do debate, a própria Vera Magalhães comentou o episódio. — Foi uma resposta lamentável e absurda. Minha pergunta era sobre vacina, ele não falou nada sobre vacina, não respondeu. Não falou por que demorou a comprar as vacinas contra a covid-19 nem por que propagou fake news e desinformação a respeito da eficácia e segurança das vacinas — disse Magalhães. “Sua empregada viu” Nas perguntas de candidatos a candidatos, Soraya Thronicke perguntou a Lula sobre inflação e desemprego. Disse que a cobrança excessiva de impostos agrava esses problemas. Afirmou que Lula volta “sem propostas”. Soraya atacou o PT, que teria uma equipe de economistas “mofados” e falou novamente sobre o “imposto único federal”. Lula rebateu, alegando que o imposto único é uma proposta apresentada há mais de 30 anos, e jamais foi levada a sério. Sobre o país que Soraya disse que não viu, Lula afirmou elevou o tom, em seu melhor momento no debate, segundo aferição divulgada, em tempo real.  —O seu motorista viu. O seu jardineiro viu. A sua empregada doméstica viu. Pode perguntar para a sua empregada, que ela viu que esse país melhorou (na época em que ele foi presidente), que ela podia tomar café da manhã, almoçar e jantar todo santo dia. Ela viu que o filho dela poderia entrar numa universidade— rebateu. Lula disse, ainda, que os pobres “efetivamente cresceram” durante o seu governo, e “conquistaram cidadania”. E frisou: — O pobre desse país vai voltar a ser respeitado — concluiu.
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