Dallagnol alega problema de saúde na família para deixar a chefia da Lava Jato

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Publicado Terça, 01 de Setembro de 2020 às 12:32, por: CdB

De acordo com o MPF, Oliveira, que no momento está cedido a Procuradoria Geral da República para atuar no grupo de trabalho da Lava Jato na PGR em Brasília, foi o procurador mais antigo a demonstrar interesse no posto e voltará a Curitiba para assumir a coordenação da força-tarefa da Lava Jato.

Por Redação, com Reuters - de Curitiba
O procurador da República Deltan Dallagnol deixará a coordenação da operação Lava Jato em Curitiba, anunciou nesta terça-feira a força-tarefa da operação no Ministério Público Federal no Paraná.
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Deltan Dallagnol é, atualmente, uma sombra do que foi quando tentava incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso do
Em nota, a força-tarefa informa que Dallagnol irá deixar a coordenação, que ocupa desde 2014, “para se dedicar a questões de saúde em sua família”. Dallagnol, que tem sido criticado pela sua ação na força- tarefa e foi alvo de várias representações no Conselho Nacional do Ministério Público, será substituído por Alessandro José Fernandes de Oliveira, outro procurador do MPF no Paraná. De acordo com o MPF, Oliveira, que no momento está cedido a Procuradoria Geral da República para atuar no grupo de trabalho da Lava Jato na PGR em Brasília, foi o procurador mais antigo a demonstrar interesse no posto e voltará a Curitiba para assumir a coordenação da força-tarefa da Lava Jato na capital paranaense. Já Dallagnol assumirá o posto original de Oliveira, o 16º ofício do MPF no Paraná.

Prorrogação

O procurador deixa a coordenação em Curitiba, berço da Lava Jato, no momento em que a própria manutenção da força-tarefa que cuida da operação está em discussão. Na semana passada, o grupo apresentou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, um pedido para prorrogação dos trabalhos por mais um ano. O PGR tem até o dia 10 de setembro para responder ao pedido, mas, depois de embate com o grupo de Curitiba, tem demonstrado resistência em atendê-lo. A saída de Dallagnol, que concentrou boa parte das críticas e dos embates com a PGR, pode terminar por facilitar essa prorrogação. Atualmente, a força-tarefa é composta por 14 procuradores em Curitiba que atuam com dedicação exclusiva e 45 servidores auxiliares. Se for autorizada a prorrogação, o grupo vai continuar trabalhando até setembro de 2021. A força-tarefa de Curitiba tem mais de 400 inquéritos em andamento com várias frentes de investigação, como casos envolvendo empreiteiras, empresas estrangeiras e multinacionais que firmaram contratos com a Petrobras. A operação, segundo admitem integrantes da força-tarefa, vive o momento mais delicado.

Vaza Jato

Deltan, ao longo dos últimos anos, foi alvo de mais de 30 representações no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Várias dessas representações estão lastreadas nas reportagens da agência norte-americana de notícias The Intercept Brasil, publicadas após o vazamento de mensagens trocadas por integrantes da operação no aplicativo Telegram. Os textos, divulgados em 2018, incluem mensagens privadas e de grupos da Lava Jato a partir de 2015, contendo diálogos entre o coordenador da Lava Jato e o então juiz Sergio Moro. No caso de Dallagnol, as mensagens trocadas pelo Telegram indicavam, entre outros pontos, que o procurador incentivou colegas em Brasília e Curitiba a investigar os ministros do STF Dias Toffoli e Gilmar Mendes, sigilosamente. Deltan e seus colegas da Lava Jato também contornaram limites legais para obter informalmente dados sigilosos da Receita Federal em diferentes ocasiões. Os diálogos indicam que integrantes da força-tarefa do caso em Curitiba buscaram informações do Fisco sem requisição formal e sem que a Justiça tivesse autorizado a quebra do sigilo fiscal das pessoas que queriam investigar.
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