Curta temporada de 'Velejando Desertos Remotos', no Sesc Copacabana

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Publicado Segunda, 10 de Janeiro de 2022 às 07:00, por: CdB

A inspiração de Velejando Desertos Remotos mora no livro As cidades invisíveis do escritor italiano Ítalo Calvino (1923-1985). O romance, considerado um dos mais importantes do século XX, completa 50 anos de seu lançamento neste 2022.

Por Redação - do Rio de Janeiro

Ponto alto da agenda cultural no início do Verão de 2022, o espetáculo de dança contemporânea Velejando Desertos Remotos, de Marcos Katu Buiati, ganha curta temporada no mezanino do Sesc Copacabana, de 13 a 16 de janeiro (quinta a domingo), sempre às 20h. Baseado em Brasília, o coreógrafo apresenta pela primeira vez no Rio um trabalho de sua autoria. Ingressos a R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia-entrada), R$ 7,50 (associados do Sesc). A classificação indicativa é de 12 anos. A turnê carioca se dá graças ao patrocínio do Fundo de Apoio a Cultura da Secretaria de Estado e Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.

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"Velejando Desertos Remotos", de Marcus Katu Buiati A obra é inspirada em "As Cidades Invisíveis", de Ítalo Calvino

A inspiração de Velejando Desertos Remotos mora no livro As cidades invisíveis do escritor italiano Ítalo Calvino (1923-1985). O romance, considerado um dos mais importantes do século XX, completa 50 anos de seu lançamento neste 2022. O artista criador Marcos Katu Buiati se inspirou na obra de Ítalo Calvino ao concluir a faculdade de dança, há 15 anos. Naquele momento, porém, esboçou estudos para coreografia, mas não seguiu adiante. Em 2012 sim: estreou o primeiro trabalho de uma trilogia dedicada a “As cidades invisíveis”: “Irene”, nome de uma das cidades fictícias, foi seguida de “Os Lugares Sem”, de 2015. Em 2016, estreou Velejando Desertos Remotos, com o apoio do Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna. Ao longo do processo criativo, mais de 250 horas de trabalho nutriram as investigações.

No livro As Cidades Invisíveis está algo como uma cartografia da alma humana. Os caminhos do grande viajante Marco Polo, personagem central, a viagem e o deserto servem de metáfora para a descoberta da vastidão no mundo interno de cada indivíduo. “A busca do lugar almejado torna-se minimamente possível quando se está em constante movimento”, destaca Marcos Katu Buiati.

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Poesia e metáfora trazem ao palco um caleidoscópio da existência humana no gestual dos dançarinos. Estão ali camadas de relações da vida de uma pessoa, desde as estabelecidas com o espaço e o tempo até os ciclos, fechados ou não, a busca pelo ideal da perfeição, além das saudades e memórias. “A nossa necessidade de simbolizar, com a linguagem, com a maneira como vemos o mundo e as coisas, com os pesos e as levezas de nossas escolhas, com aquilo que se perde e com o que se anseia conquistar é o que propõe a composição de Velejando Desertos Remotos”, analisa.

Segundo o artista, a intenção nunca foi traduzir o livro em dança. “Até porque, o livro é composto por vários ‘contos’ (cada cidade é um rápido trecho de texto de no máximo duas páginas) e não existe nele uma narrativa linear, uma história com começo meio e fim, nem personagens que saem de uma história e continuam na próxima, a não ser pelas figuras de Marco Polo e do Imperador Khan, mas que não estão nas cidades em si, mas sim em interstícios entre os capítulos onde os diálogos entre os dois são expostos. Acho que como leitor, tive minha imaginação aguçada, e como criador, livremente interpretei todo esse imaginário em dança, trazendo também minhas experiências pessoais para o diálogo”, conclui.

Sobre Marcos Katu Buiati

Artista, pesquisador e professor, Marcos Katu Buiati é doutorando em Artes Cênicas na Universidade de Brasília (PPGCEN). Desde 2017 lidera o DES - Núcleo de Pesquisa e Criação em Dança, sediado no Instituto Federal de Brasília, onde também é professor. Contemplado em variadas edições do Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura do Distrito Federal e com o Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança, produziu espetáculos que tiveram participação em importantes festivais de artes cênicas do Centro-Oeste, como o Cena Contemporânea, o Movimento Internacional de Dança e o Goiânia em Cena. Tem ampla experiência como dançarino/intérprete, tendo atuado em várias cias de dança no Brasil, como a Quasar Cia de Dança; além de dançar em seus próprios projetos de criação.

Sobre Edson Beserra

Mestrando em dança pelo PRODAN-UFBA, artista, pesquisador e profissional da dança e candomblecista. Pesquisa as transdisciplinaridades das diversas manifestações das Artes Cênicas, com ênfase em Dança. Como bailarino atuou em algumas das principais companhias de dança do País como Grupo Corpo Cia de Dança, a Cia de Dança Deborah Colker e a Quasar Cia de Dança. Em 2011 funda o coletivo de produção e criação Composto de Ideias, e atua como coreógrafo, professor, diretor e bailarino. Seus projetos de criação e circulação em dança foram aprovados nos editais da OI, Caixa Cultural, FAC/DF, Funarte e O Boticário na Dança e vêm sendo apresentados em festivais por todo o País.

Ficha Técnica: 

Direção e Coreografia: Marcos Katu Buiati

Dançarinos: Edson Beserra e Marcos Katu Buiati

Iluminação: Marcelo Augusto

Figurinos: Nina Maria

Direção Musical: Marcos Katu Buiati

Assistência de Coreografia: Edson Beserra

Produção: Composto de Ideias

Serviço:

Velejando Desertos Remotos

Sinopse: espetáculo de dança contemporânea com os dançarinos Edson Beserra e Marcos Katu Buiati livremente inspirado na obra Cidades invisíveis, de Ítalo Calvino.

Duração: 50 minutos. Classificação indicativa: 12 anos

Únicas apresentações: de 13 a 16 de janeiro de 2022.

Quinta-feira a domingo, às 20h

Local: Mezanino do Sesc Copacabana – 50 lugares

Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ

Ingressos: R$ 7,50 (associado do Sesc), R$ 15 (meia), R$ 30 (inteira) | Informações: (21) 2547-0156

Bilheteria - Horário de funcionamento:

Terça-feira a Sexta - de 9h às 20h

Domingos -  13h às 20h.

Edição digital

 

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