CPMI do 8/1 aprova relatório que atribui golpe a Jair Bolsonaro

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Publicado Quarta, 18 de Outubro de 2023 às 16:58, por: CdB

Segundo o relatório, o 8 de Janeiro foi uma tentativa de golpe e que, por trás dela havia “um nome em evidência: o nome é Jair Messias Bolsonaro”, afirmou a relatora.


Por Redação - de Brasília

O Plenário da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro (8/1) aprovou, por 20 votos favoráveis, contra 11 negativos, na tarde desta quarta-feira, o relatório apresentado na véspera pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA). A parte da manhã foi dedicada a ouvir as manifestações dos parlamentares sobre o documento que pediu o indiciamento, por tentativa de golpe de Estado, do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e mais 60 pessoas, dentre eles oito oficiais graduados das Forças Armadas.

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A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) foi a relatora da CPMI do 8/1


Segundo o relatório, o 8 de Janeiro foi uma tentativa de golpe e que, por trás dela havia “um nome em evidência: o nome é Jair Messias Bolsonaro”, afirmou a relatora.

— A democracia foi atacada. Massas foram manipuladas com discursos de ódio. Milicianos digitais foram empregados para disseminar o medo, desqualificar adversários e promover ataques ao sistema eleitoral. Forças de seguranças foram cooptadas. Tentou-se corromper, obstruir e anular as eleições. E usam a liberdade de expressão para afogar a expressão — acrescentou Eliziane Gama, durante a leitura do documento.

Instituições


A relatora acrescentou que “Bolsonaro nunca nutriu simpatia por princípios republicanos e democráticos”, e que “desde o primeiro dia de seu governo, ele atentou contra as instituições estatais, principalmente aquelas que significavam, de alguma forma, obstáculo a seu plano de poder”.

Entre as críticas apresentadas pela oposição, que apresentou votos em separado por meio de dois relatórios alternativos, está o fato de não ter sido pedido o indiciamento, por omissão, do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI, general Gonçalves Dias, do ministro da Justiça, Flávio Dino; do ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura; e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), em sua intervenção, criticou a atuação dos opositores da ultradireita, que adotaram discursos do passado de uma falsa ameaça comunista como argumento para atacar grupos divergentes e promover a tentativa de golpe, a exemplo de outros momentos históricos.

— Com este relatório, a democracia vence, sem dar anistia aos golpistas — afirmou a deputada.

Militares


O senador Rogério Carvalho (PT-SE), por sua vez, disse que o pedido de indiciamento dos militares é mais uma prova dos problemas históricos vividos pelo Brasil, nos momentos em que militares se envolveram com política.

— Há uma sanha militar sobre a sociedade brasileira, e de perseguição à democracia. Precisamos lembrar que todos os governos do Brasil estiveram debaixo da força dos militares. Getúlio Vargas foi presidente pela força dos militares. Para sobreviver como presidente civil teve de fazer uma aliança com militares. Juscelino Kubitschek esteve subordinado e submetido à tensão feita pelos militares — relembrou.

Correia lembrou, ainda, que “o Brasil sofreu um golpe militar em 1964, que foi se encerrar em 1985 também pelos militares”.

— Eles então voltam em 2018 com a mesma sanha de querer dominar e mandar no povo e na sociedade brasileira, e definir os rumos do Brasil como os iluminados. Como os iluministas ou os iluminates brasileiros. Como se fossem portadores da verdade, e como se deles brotasse a sociedade que acham ser a correta, dispensando perspectivas de pluralidade, diversidade, e discriminando todos aqueles que não estejam dentro do seu quadrado ou da sua maneira de ver o mundo — encerrou.

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