Condenado por ofensa de caráter sexual a jornalista, Bolsonaro vai apelar da sentença

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Publicado Sábado, 27 de Março de 2021 às 12:39, por: CdB

Bolsonaro dobra, assim, a aposta na impunidade após atacar a jornalista, com ofensas machistas, ao sugerir que “ela queria, ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, afirmou o mandatário.

Por Redação - de Brasília e São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vai apelar aos tribunais superiores da sentença em que foi condenado a pagar R$ 20 mil em indenização por ofensa à jornalista Patrícia Campos Mello. Segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, a sentença em primeira instância poderá ser reformada, se o caso for anulado por desembargadores.

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O presidente Jair Bolsonaro disse, ano passado, ter vontade de encher a boca de um repórter 'de porrada'

Bolsonaro dobra, assim, a aposta na impunidade após atacar a jornalista, com ofensas machistas, ao sugerir que “ela queria, ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, afirmou o mandatário. A decisão de primeiro grau foi definida, na véspera, pela juíza Inah de Lemos e Silva Machado, da 19ª Vara do Foro Central Cível de São Paulo.

Patrícia Campos Mello foi a autora das reportagens no diário conservador paulistano Folha de S.Paulo que denunciaram o esquema criminoso, patrocinado por empresários próximos a Bolsonaro, de notícias falsas em disparos massivos mensagens, nas eleições de 2018. O maior beneficiado com a campanha contra seus adversários foi o então candidato Jair Bolsonaro.

Reincidentes

De acordo com a magistrada, autora da sentença contra o presidente, não há de se falar em liberdade de expressão ou de pensamento, posto não ser ilimitada, de maneira que deve ser observado o direito alheio, especificamente a intimidade, a honra e a imagem da vítima.

Essa não é a primeira vez que o clã Bolsonaro é obrigado a indenizar jornalistas por ofensas graves. Em janeiro deste ano, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, foi condenado a pagar R$ 30 mil por dizer que ela “tentava seduzir (fontes) para obter informações que fossem prejudiciais ao presidente".

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