Concurso abre oportunidades para novos autores e faz homenagem a Flávio Migliaccio

Arquivado em:
Publicado Sábado, 25 de Dezembro de 2021 às 13:36, por: CdB

 

A ideia de dar o nome do ator Flávio Migliaccio, falecido em 2020, ao concurso foi uma forma, segundo Francis Ivanovich, de concretizar um sonho antigo de prestar uma homenagem a um ator querido por uma geração e também muito importante para a dramaturgia brasileira, além de chamar a atenção para a valorização do autor e do texto teatral.

Por Redação – do Rio de Janeiro

Com a proposta de valorização do autor teatral, o jornalista e dramaturgo Francis Ivanovich lançou em plena pandemia o Concurso Nacional de Dramaturgia Flávio Migliaccio. O que poderia não dar certo, pelas impossibilidades geradas pelo vírus em 2020, se tornou um sucesso, com 120 inscritos de todo o país.

francis.jpg
Jornalista e dramaturgo Francis Ivanovich

No próximo dia 7 de janeiro de 2022, o público terá a oportunidade de conhecer os premiados desta primeira edição e o edital para o segundo concurso, com inscrições a partir de fevereiro. Neste evento de premiação, que acontece a partir das 18h no Teatro Solar de Botafogo (R. Gen. Polidoro, 180 – Botafogo), haverá o lançamento de dois livros, com seis peças premiadas nas categorias adulto e infantil, e a estréia do espetáculo teatral Trívia, de Danilo Salomão, texto vencedor na categoria adulto. Ingressos para a peça estarão à venda no local.

A ideia de dar o nome do ator Flávio Migliaccio, falecido em 2020, ao concurso foi uma forma, segundo Francis Ivanovich, de concretizar um sonho antigo de prestar uma homenagem a um ator querido por uma geração e também muito importante para a dramaturgia brasileira, além de chamar a atenção para a valorização do autor e do texto teatral.

– Foi uma maneira de fazer com o autor tornasse conhecido o seu texto, tirasse ele da gaveta e da sua peça entrar na pauta de um teatro. Foi uma vitória lançar este concurso em meio a tantas dificuldades e estar hoje comemorando o sucesso do primeiro concurso e anunciando a segunda edição. Me sinto feliz de poder prestar essa homenagem ao Flávio Migliaccio – completa Francis.

O II Concurso Nacional de Dramaturgia Flávio Migliaccio, criado por Francis Ivanovich, é organizado pela Frankfurt Produções, em parceria com o Teatro Solar de Botafogo, e a Editora Funilaria. Este ano conta com o patrocínio da Lei do Fomento ISS do Rio de Janeiro, através da empresa CNS Nacional de Serviços. O edital do II Concurso edição 2022, estará disponível no site da Frankfurt Produções (frankfurtproducoes.com) e em suas respectivas redes sociais, descrevendo as regras e premiações. As inscrições ficarão abertas de 01/02/2022 a 15/03/2022.

 Lançamento de dois livros com os vencedores do Concurso

Foram seis peças vencedoras. Na categoria adulto, o primeiro lugar ficou com Trívia (Danilo Salomão), o segundo com O trabalho das Aranhas (Antônio de Medeiros) e o terceiro com Aos Sábados (Adyr de Paula). Na categoria infantil foram Panapaná (Pablo Kaschner) em primeiro lugar, Rapsódia da Banana-da-Terra (Luiz Carlos Laranjeiras) em segundo e em terceiro Quanto mar cabe em mim? (Leonardo Ferreira Gomes).

Esses textos foram reunidos em duas publicações que serão lançadas no dia 7. Os livros em homenagem ao ator Flávio Migliaccio são O Super Tio, com textos voltados para o público infantil, e Rio Bonito, voltado para adultos. Ambos são coletâneas dos textos premiados. Rio Bonito tem ainda as colagens da artista Fernanda Rodrigues e O Super Tio é ilustrado por João Miller. As obras foram editadas pela Funilaria.

Dos autores:

O Super Tio

Pablo Kaschner, (@opablonaooficial) é roteirista, jornalista e flamenguista. É autor dos livros "Chaves de um Sucesso", "Seu Madruga - Vila e Obra" e "Só 30 contos”. Além de ter conquistado o I Concurso Nacional de Dramaturgia Flávio Migliaccio na categoria infantil, "Panapaná" foi finalista do III Concurso Nacional Fetaerj de Dramaturgia– Prêmio João Siqueira.

Luiz Carlos Laranjeiras, é autor-dramaturgo, ator, diretor teatral e musical, compositor, cenógrafo, ator-pedagogo-pesquisador brincante do teatro, da arte/educação e das artes visuais, doutor em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Filosofia; arte-ação com teatro, música, dança e poesia. Publicou os livros “Teatro de Luiz Carlos Laranjeiras” e “Folia da terra”, Prêmio Ana Maria Machado de Dramaturgia 2008.

Léo Gomes, é Graduando em Licenciatura em Pedagogia, pelo Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ), integra como ator, diretor e dramaturgo o Coletivo Phathos (Iguaba Grande, RJ), a Comunidade Teatral Independente (CTI) e a Miraí Intervenções Artísticas (ambas no Rio de Janeiro).

Rio Bonito

Danilo Salomão, é jornalista, ator, dramaturgo e produtor cultural. É autor também dos textos: A Rosa, Rosa, Árvore da Imaginação, A Galinha Sumiu!, O menino que nunca pisou fora de casa, Estrela Menina, A Espera, O Menino de Vidro, O Pretendente, Almas Penduradas e A Lenda da Ponte.

Antonio de Medeiros, cursa, atualmente, o doutorado em Literaturas Hispânicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é mestre em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Foi um dos 25 contistas selecionados no 1o Prêmio Rio de Contos LER & FUNARJ de 2020. Participou da coletânea de contos Ninhos, publicada pela Editora Patuá em 2019, e da antologia de contos Contágios, organizada pelo jornalista e crítico José Castello e publicada pela Editora Oito e Meio.

Adyr de Paula, escreveu Aos Sábados e esta é a sua primeira experiência como autor. A peça é uma obra de ficção baseada na trajetória de vida de Orlene Pacífico, mãe do autor. Trata delicadamente da memória desta mulher que vivenciou os terríveis efeitos degenerativos da doença conhecida como “Mal de Alzheimer”.

O espetáculo Trívia

Escrito pelo dramaturgo paulistano Danilo Salomão, Trívia foi o texto vencedor entre mais de 120 autores de todo o país. A estreia será no dia 7 logo após a premiação dos autores.

Encenada pela Cia. Bambolina, grupo teatral do estado de São Paulo que faz sua estreia nos palcos cariocas, a peça é uma comédia dramática que trata das relações na velhice. Ela fica em cartaz durante todo o mês de janeiro, no Teatro Solar de Botafogo, com sessões às sextas e sábados sempre, às 21h e ingressos a R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia).

Danilo Salomão, que assina também a direção do espetáculo, venceu o I Concurso Nacional de Dramaturgia Flávio Migliaccio. O Centro Cultural Solar de Botafogo ofereceu como prêmio principal a cessão gratuita do espaço para a temporada do grupo do interior paulista.

A velhice, seus anseios, medos, a saudade e suas esperas são delineadas cena a cena. A ideia central da montagem coloca os idosos como protagonistas e leva o público a transformar a maneira de olhar e colocar em pauta a humanidade dessas personagens que, independente da idade, tem desejos, frustrações e sonhos.

Curiosamente, a temática se aproxima do último trabalho de Flávio Migliaccio no Teatro quando, representando a si mesmo, estabelece uma diálogo com "Deus" e com ele compartilha seus sonhos, esperanças, frustrações e utopias.

Trívia conta a história de Alzira, Geraldo e Leopoldo, amigos com mais de 80 anos e décadas de convivência que têm em comum a rotina, as  manias e ranzinzices. São caminhos distintos que se encontram em determinado ponto da vida e agora dividem o tempo que resta. É o peso da vida amparado na leveza da amizade embalada por músicas, flores e panelas.

Entrevista com Marcelo Migliaccio:

(filho do homenageado, o ator Flávio Migliaccio)

– Meu pai era um artista inquieto e renovador.

Jornalista, documentarista e tricolor, Marcelo Migliaccio, 58 anos, é um dos maiores entusiastas do projeto que homenageia seu pai. E por várias razões, mas uma delas é por conta de um traço particular da personalidade do artista morto em 2020: Flávio sempre estimulou a criatividade daqueles dotados de sensibilidade e inquietude, marcas imprescindíveis aos artistas em qualquer área da criação:

– Ele sempre estimulou a criatividade. Sempre se renovou e buscou novos desafios - disse.

O pai, nascido em uma família de 17 filhos em São Paulo, foi criado por um barbeiro que teve que se desdobrar para garantir vida  e crescimento a todos os filhos. Sua estreia no teatro, gostava de lembrar, foi quando representou um cadáver em cena: "nasci para o teatro morrendo", dizia rindo da própria trajetória.

Migliaccio, o filho, com larga experiência no jornalismo no país, lembra que este pensamento, o de incentivar e inovar, acompanhou as pessoas que trabalharam com o pai e especialmente os mais jovens a quem ele ajudou a formar. Assim, este concurso, pelo estímulo de textos dramatúrgicos de jovens escritores de todo o país, vai ao encontro de uma das principais características de Tio Maneco, Xerife, Seu Chalita, Fortunato, Vô Teodoro e três ou quatro dezenas de personagens vividos em 85 anos de vida.

Serviço

Trívia

Classificação: 12 anos

Datas: 7, 8, 14, 15, 21, 22, 28 e 29 de janeiro de 2022

Local: Teatro Solar de Botafogo - Rua General Polidoro, 180 - Botafogo

Horário: 21h

Duração: 80 min.

Ingressos R$ 60,00 (inteira) – R$ 30,00 (meia)

Compre seu ingresso no link: https://bileto.sympla.com.br/event/70143

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo