Xi recebe Putin na China e elogia relação ‘propícia à paz’ mundial

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Publicado Quinta, 16 de Maio de 2024 às 11:30, por: CdB

Esta é a primeira viagem ao exterior de Putin desde sua reeleição em março e a segunda em 18 meses à China, um aliado econômico crucial para a Rússia após as sanções impostas pelos países ocidentais por sua ofensiva na Ucrânia.


Por Redação, com CartaCapital - de Pequim


O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta quinta-feira que sua relação com a Rússia é “propícia à paz” mundial e defendeu uma cooperação ainda mais intensa ao receber em Pequim o “velho amigo” Vladimir Putin.




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Vladimir Putin e Xi Jinping

Esta é a primeira viagem ao exterior de Putin desde sua reeleição em março e a segunda em 18 meses à China, um aliado econômico crucial para a Rússia após as sanções impostas pelos países ocidentais por sua ofensiva na Ucrânia.


O presidente chinês, que fez referência ao convidado como um “velho amigo”, declarou que a relação entre Pequim e Moscou “não é apenas de interesse fundamental para os dois países e os dois povos, mas igualmente é propícia à paz”.


– A atual relação entre China e Rússia foi conquistada com esforço. As duas partes devem apreciá-la e cultivá-la – insistiu, segundo trechos do discurso divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores.


O presidente russo destacou que relações entre os dois países “não são oportunistas, nem direcionadas contra ninguém”.


– Nossa cooperação nos temas internacionais é um dos fatores de estabilidade no cenário internacional – disse Putin, segundo a transmissão nos canais de televisão russos.



“Amizade pessoal”


A viagem pretende reafirmar a amizade “sem limites” que os dois presidentes proclamaram alguns dias antes do início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.


Desde então, a relação diplomática e comercial entre Pequim e Moscou ficou ainda mais intensa.


Xi ignorou as críticas ocidentais sobre a aliança, que permite à China importar energia barata da Rússia e ter acesso aos seus vastos recursos naturais.


– Esta é a primeira viagem de Putin desde a sua posse e pretende demonstrar que as relações China-Rússia entraram em outro nível – declarou à agência francesa de notícias AFP o analista político russo independente Konstantin Kalachev.


– Sem falar na amizade pessoal, visivelmente sincera entre os dois líderes – acrescentou o analista. Este é o quarto encontro presencial entre Putin e Xi desde o início da invasão da Ucrânia.


O presidente russo se declarou “agradecido” à China por suas iniciativas de paz no conflito ucraniano, segundo as agências russas.


Em declarações à imprensa ao lado de Xi, Putin considerou “prejudicial” qualquer aliança política e militar “fechada” na região Ásia-Pacífico, onde Pequim trava uma disputa com os Estados Unidos, que cooperam com a Austrália e o Reino Unido para enfrentar a influência da China.


A China pede com frequência respeito à integridade territorial de todos os países (incluindo, implicitamente, a da Ucrânia), mas também defende que as preocupações da Rússia em termos de segurança sejam levadas em consideração.


– As partes concordam que o caminho a seguir é o de uma solução política para a crise na Ucrânia – declarou Xi à imprensa. Também destacou que “a posição da China nesta questão sempre foi clara”.


A China se apresenta como uma nação neutra na guerra da Ucrânia, mas é criticada pelos países ocidentais por não condenar a invasão e por ampliar a cooperação econômica com a Rússia.


Washington estabeleceu um limite a Pequim: não deve fornecer armas diretamente a Moscou. O governo americano afirma que, até o momento, não teve provas do contrário.



Freio no comércio


Após a invasão da Ucrânia, o comércio entre China e Rússia disparou e atingiu o nível recorde de US$ 240 bilhões de dólares (R$ 1,23 trilhão ) em 2023, segundo os dados oficiais de Pequim.


As exportações da China para a Rússia, no entanto, registraram queda em março e abril na comparação com o ano passado, depois que o governo dos Estados Unidos ameaçou adotar sanções contra os bancos chineses.


A ameaça, aliada ao desejo de reparar as relações com Washington, deixa Pequim mais relutante em estimular ainda mais a cooperação com a Rússia, apesar da vontade de Moscou, dizem analistas.


China e Rússia, no entanto, assinaram vários acordos comerciais durante a visita de Putin.




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