BRICS debate ampliação do Conselho de Segurança da ONU

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Publicado Segunda, 21 de Agosto de 2023 às 17:37, por: CdB

Está prevista a participação de 40 chefes de Estado ou de governo dos continentes africanos e asiático, além de América Latina e Oriente Médio. Todos com presença já confirmada para esta que será a primeira reunião presencial pós pandemia.


Por Redação, com agências internacionais - de Joanesburgo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na manhã desta segunda feira em Joanesburgo, África do Sul, onde participará da 15ª Cúpula do BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O encontro começa nesta terça e termina na quinta-feira.

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Lula e Janja assistem a uma recepção de boas-vindas, no Aeroporto de Joanesburgo, para a cúpula do BRICS


Está prevista a participação de 40 chefes de Estado ou de governo dos continentes africanos e asiático, além de América Latina e Oriente Médio. Todos com presença já confirmada para esta que será a primeira reunião presencial pós pandemia.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, está confirmada a presença de Cyril Ramaphosa (África do Sul), Xi Jinping (China), o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participará de forma remota.

Segurança


Para destravar a adesão de novos países ao BRICS - grupo político atualmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, o governo brasileiro, que se mostra resistente à ampliação do grupo, ofereceu uma saída: ele quer o apoio da China para uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e para obter um assento permanente no órgão.

Índia e África do Sul participam do entendimento levado a Pequim. Ingressar no Conselho de Segurança da ONU é um desejo antigo dos três países, agora articulado para convencer os chineses. O Brasil já deixou evidente sua disposição de destravar o processo caso a China, principal apoiadora da tese, manifestasse em declaração assinada em Johannesburgo ser a favor da proposta brasileira e, agora, também de indianos e sul-africanos.

Quanto à ampliação do grupo BRICS, a avaliação de analistas ouvidos pela mídia conservadora é de que a China não levará adiante o pleito dos países. Embaixadores brasileiros consideram uma incoerência a China patrocinar o ingresso de novos integrantes e bloquear processo semelhante no órgão mais poderoso das Nações Unidas.

Em debate


Segundo o Itamaraty, 22 países já manifestaram formalmente interesse em integrar o BRICS. A definição de critérios e princípios para a entrada de novos integrantes no bloco será um dos assuntos debatidos durante a reunião de cúpula. Outros serão os planos para o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) – o Banco do BRICS – sobre o uso de moedas locais ou de eventual unidade de referência do bloco para transações comerciais.

— É provável que haja algum resultado nessa área — disse o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Paes Saboia, durante resumo do Itamaraty sobre a viagem, na última semana. Segundo ele, este é um ativo muito importante do bloco.

Saboia disse ainda que a guerra entre Rússia e Ucrânia também deverá ser discutida. Mas internamente, durante o chamado “retiro”, quando os chefes de Estado e de governo do BRICS se encontrarão de forma fechada.

— Certamente o tema será discutido de forma mais aprofundada — afirmou.

Cooperação


Após o término na Cúpula dos BRICS, na sexta e sábado, Lula irá para a capital de Angola, Luanda, onde se reunirá com o presidente João Lourenço. A cooperação bilateral e o reforço das ligações históricas serão os principais temas da visita de Lula a Angola.

Lula também irá à Assembleia Nacional de Angola para participar de seminário, no qual falará sobre projeto no Vale do Cunene, e a um encontro com cerca de 60 empresários brasileiros. Está prevista também a assinatura de atos e memorandos nas áreas de agricultura, processamento de dados, saúde e educação.

No domingo, Lula segue viagem até São Tomé, capital de São Tomé e Príncipe, onde participará da 14ª Conferência de Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que inclui Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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