O intercâmbio de bens para país mais populoso do mundo poderá significar o dobro do atual fluxo de comércio brasileiro com os indianos, dos atuais US$ 15 bilhões (R$ 76,5 bilhões) para US$ 30 bilhões (R$ 153 bilhões) até 2030.
Por Redação, com Reuters - de Brasília
O Brasil trabalha nos detalhes finais da proposta para os demais países-membros do Mercosul, bloco econômico sul-americano, que estabelece um tratado de livre comércio com a Índia. As tratativas permaneciam estagnadas há uma década, antes mesmo do golpe de Estado que derrubou a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT). As novas negociações, no entanto, ganham contornos ambiciosos com a nova proposta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O intercâmbio de bens para país mais populoso do mundo poderá significar o dobro do atual fluxo de comércio brasileiro com os indianos, dos atuais US$ 15 bilhões (R$ 76,5 bilhões) para US$ 30 bilhões (R$ 153 bilhões) até 2030. A soma pode chegar a US$ 50 bilhões (R$ 255 bilhões), se for incluído o comércio de serviços.
— Já estão ocorrendo consultas informais entre o governo e setor privado do Brasil com autoridades e empresários indianos. Vendemos apenas 2% do total de nossas exportações ao país mais populoso do mundo e o Mercosul, 2,7%. Nosso comércio com a Índia está muito abaixo do potencial que existe — ponderou Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, à mídia.
Mercado
A perspectiva do governo brasileiro é; além de trabalhar a proposta com os outros países-membros do Mercosul (Uruguai, Paraguai e Argentina), ter tudo pronto até dezembro, quando acontecerá a reunião de presidentes do bloco na capital brasileira. Em 2009, entrou em vigor um pequeno acordo entre Nova Deli e o bloco sul-americano, que não tem eliminação de tarifas e envolve apenas 450 dos cerca de dez mil itens que poderiam ser contemplados.
No caso específico do Brasil, as exportações para o mercado indiano estão concentradas em poucos produtos: soja, petróleo e ouro responderam por 80% do total de vendas para o país em 2022.
— O Brasil pode ser um supridor importante de produtos para os indianos, como alimentos, máquinas e equipamentos, aeronaves, entre outros — resumiu Prazeres.