Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Brasil se aproxima da Coreia do Norte, em busca de tecnologia

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Quinta, 20 de Junho de 2024 às 20:39, por: CdB

Brasil e Coreia do Norte estabeleceram relações diplomáticas em 2001, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. No entanto, a embaixada brasileira em Pyongyang foi inaugurada somente em 2005, já sob o primeiro governo Lula.

Por Redação, com Sputnik Brasil – de Brasília

Além da Rússia, que expande relações com a Coreia do Norte neste novo momento geopolítico, a diplomacia brasileira também busca uma aproximação com o regime comunista da Coreia do Norte. Após anos de paralisia, Brasil retoma o ritmo das relações com Pyongyang, em busca de bens tecnológicos, revelou um analista internacional à agência russa de notícias Sputnik Brasil, nesta quinta-feira.

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A Coreia do Norte pode ser uma aliada do Brasil no programa especial

Na véspera, Rússia e Coreia do Norte assinaram o Tratado de Parceria Estratégica Abrangente, inaugurando momento para a inserção internacional de Pyongyang. O paulatino fim do isolamento diplomático da Coreia do Norte, porém, não passa despercebido pelo Brasil, que também investe no estreitamento dos laços bilaterais.

 

Estrutura

De acordo com o presidente russo Vladimir Putin, o novo acordo assinado com a Coreia do Norte prevê a assistência militar mútua em caso de agressão externa. Para o líder norte-coreano, Kim Jong-un, o compromisso garante uma base jurídica para elevar as relações russo-coreanas a um novo nível.

— As relações entre nossos dois países estão no caminho de um desenvolvimento mais promissor e próspero, para alcançar o progresso dos dois países e aumentar o bem-estar de seus povos por meio da cooperação ativa entre si em vários campos, incluindo política, economia, cultura e assuntos militares. Os tempos mudaram. O status da República Popular Democrática da Coreia e da Federação da Rússia na estrutura geopolítica mundial também — declarou Kim Jong-un.

 

Embaixada

Ao que tudo indica, o governo brasileiro não está alheio às mudanças a que Kim Jong-un se refere. Após anos de congelamento nas relações com a Coreia do Norte, o Itamaraty está tomando medidas fundamentais para retomar os contatos.

— Podemos ver nas últimas semanas uma mudança significativa da relação entre o Brasil e a (República Popular Democrática da) Coreia. O Brasil acaba de nomear um embaixador para trabalhar na Coreia do Norte, depois de anos nos quais a embaixada brasileira operava com um só funcionário — disse o presidente do Centro de Estudos da Política Songun do Brasil, Lucas Rubio, à Sputnik Brasil.

 

Governo Dilma

Brasil e Coreia do Norte estabeleceram relações diplomáticas em 2001, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. No entanto, a embaixada brasileira em Pyongyang foi inaugurada somente em 2005, já sob o primeiro governo Lula.

— Mas, desde o final do governo Dilma, as relações passaram por um período de congelamento, no qual o Brasil reduziu significativamente suas relações comerciais e políticas com a (República Popular Democrática da) Coreia. Por isso, o fato de a embaixada agora estar funcionando a plenos pulmões é importante — comemora Rubio.

 

Maquinário

Ainda que a retomada das relações comerciais possa levar alguns meses, o fluxo garantia o acesso brasileiro a produtos tecnológicos norte-coreanos, como componentes para a fabricação de computadores e peças voltadas para maquinário industrial. Em troca, o Brasil vendia produtos agrícolas, como alimentos e grãos, principalmente do complexo soja.

— O Brasil tem muito a ganhar com o acesso à tecnologia norte-coreana, inclusive no setor espacial. A (República Popular Democrática da) Coreia tem tecnologia de lançamento de satélites, foguetes e lançadores. O Brasil já tentou investir nessa área e teve um programa, que teve um fim muito triste com o acidente na base de Alcântara — acrescentou Rubio.

Para obter sucesso em seu programa espacial, a Coreia do Norte precisou investir na formação de quadros qualificados, “o que garante outra fonte de cooperação potencial com o Brasil”, resume o presidente do Centro de Estudos da Política Songun do Brasil.

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