Bons resultados animam setor imobiliário, com apoio do governo

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Publicado Quarta, 13 de Março de 2024 às 19:18, por: CdB

O levantamento contou com a estrutura da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na apuração realizada junto a 20 empresas associadas. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve crescimento de 32,6%.


Por Redação - de São Paulo

As incorporadoras e imobiliárias comemoravam, nesta quarta-feira, o resultado de levantamento realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que aponta o recorde de vendas de imóveis novos, no ano passado. Mais de 160 mil unidades foram comercializadas entre janeiro e dezembro de 2023, no maior volume de vendas desde o início da série histórica, há uma década.

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Imóveis do programa Minha Casa Minha Vida em Santa Cruz, Rio de Janeiro


O levantamento contou com a estrutura da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na apuração realizada junto a 20 empresas associadas. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve crescimento de 32,6%.

O presidente da Abrainc, Luiz França, atribui o bom desempenho ao impulso dos segmentos de médio e alto Padrão e também ao programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com novas regras e teto ampliado para as prestações.

 

Crédito


A expectativa do setor, segundo França, é pela redução da taxa básica de juros (Selic), para que o crédito imobiliário fique mais acessível e as vendas permaneçam em alta. Outro ponto considerado pela Abrainc para um aumento nas vendas em 2024 é a alta de 17% nos preços dos aluguéis, medida pela Fipe.

França também observou que, para que a estimativa do setor seja atingida, é preciso manter regras estáveis para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário destinado à população de baixa renda.

A equipe econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda uma correção do saldo do fundo de garantia, levada ao parecer do Supremo Tribunal Federal (STF), a ser ser definido nos próximos meses. A ação, de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, questiona se a fórmula de atualização monetária do FGTS, que utiliza a Taxa Referencial (TR) mais juros de 3% ao ano, deve ser substituída por um índice que reflita a inflação.

 

Mudança


A maior preocupação do mercado imobiliário é que a correção mais alta deixe o custo dos empréstimos ainda mais alto para os consumidores de baixa renda. Cálculos da Abrainc apontam que 13 milhões de família poderiam perder acesso à casa própria.

Mais uma mudança no FGTS, prevista ainda para este mês, é aguardada pelo setor. O governo deve destravar o uso do FGTS Futuro na compra da casa própria na próxima terça-feira. A medida libera o uso dos depósitos futuros dos empregadores no fundo do trabalhador para compor renda e ajudar a pagar as prestações do financiamento contratado pelo MCMV.

A iniciativa passará por um período de teste, direcionado a famílias que compõem a faixa 1 do programa habitacional (com renda mensal de até R$ 2.640). Depois, o governo pretende avaliar a possibilidade de atender a todos os grupos, até o limite de renda familiar de R$ 8 mil. A expectativa do governo é que cerca de 60 mil famílias com renda de até dois salários mínimos sejam beneficiadas anualmente pela medida.

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