Bolsonaro e outro de seus filhos teriam envolvimento com o escândalo da ‘rachadinha’

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Publicado Segunda, 15 de Março de 2021 às 12:48, por: CdB

O esquema era replicado pelo pai, Jair (sem partido), na Câmara dos Deputados, e pelo irmão, Carlos Bolsonaro (Republicanos), na Câmara de vereadores do Rio de Janeiro, inclusive com alguns funcionários em comum.

Por Redação, com RBA - de Brasília

Na tarde do último sábado, dia 13, Jair Bolsonaro foi às redes sociais replicar um velho jargão da meritocracia e dizer que “não é pai do Brasil”, mas que é “pai de cinco crianças”, sendo que três delas construíram fortuna, a ponto de comprar mansão de R$ 6 milhões, fazendo “carreira” na política.

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O presidente da República teria contratado funcionários em seu gabinete, na Câmara, no esquema da 'rachadinha', segundo o UOL

Nesta segunda-feira, uma extensa reportagem de Amanda Rossi, Flávio Costa, Gabriela Sá Pessoa e Juliana Dal Piva, no portal UOL, de propriedade do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, revela que a “meritocracia” do clã Bolsonaro está amparada no mesmo esquema de corrupção – conhecido como “rachadinha” – que Flávio Bolsonaro (Republicanos) montou na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O esquema era replicado pelo pai, Jair (sem partido), na Câmara dos Deputados, e pelo irmão, Carlos Bolsonaro (Republicanos), na Câmara de vereadores do Rio de Janeiro, inclusive com alguns funcionários em comum.

Meritocracia

A reportagem é dividida em quatro casos: dois no gabinete de Jair Bolsonaro em Brasília, um no gabinete de Carlos, no Rio de Janeiro, e no pagamento do aluguel de um quitinete para Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, pela ex-chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro.

Os jornalistas tiveram acesso às quebras de sigilos do clã em setembro de 2020 e analisaram mais de 607.552 operações bancárias em 100 planilhas – uma de cada um dos suspeitos investigados no grande esquema de corrupção que permitiu que de forma “meritocrática” a família Bolsonaro enriquecesse antes de chegar ao poder.

Em um dos casos relacionados a Jair Bolsonaro, a ex-cunhada, Andrea Siqueira Valle – irmã da segunda esposa do presidente, Ana Cristina Siqueira Valle – trabalhou por oito anos, de 1998 a 2006, no gabinete do então deputado federal em Brasília. No mesmo período, Jair e Ana Cristina foram casados e tiveram o filho 04 do presidente, Jair Renan.

Queiroz

Morando em Resende, no interior do Rio, Andrea teve todo o dinheiro da conta – um saldo de R$ 54 mil – zerado em saque feita pela irmã, Ana Cristina, um ano e dois meses depois de ser exonerada do cargo.

O outro caso revelado pela reportagem mostra que quatro funcionários nomeados no gabinete de Jair Bolsonaro retiraram 72% de seus salários em dinheiro vivo – um total de R$ 551 mil dos R$ 764 mil recebidos líquidos – e entregaram a operadores da rachadinha, sendo Fabrício Queiroz o principal deles.

O esquema de corrupção se repetiu também com pelo menos quatro funcionários no gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara do Rio. Juntos, eles sacaram 87% dos salários, em um total de R$ 570 mil, nos mesmos moldes que funcionava nos outros gabinetes do clã.

Entre os funcionários está o ex-marido de Márcia Aguiar, Márcio Gerbatim, que ficou no cargo por dois anos e devolveu R$ 86 mil dos R$ 89 mil recebidos – um total de 97%.

De acordo com o UOL, desde quarta-feira, Jair, Flávio e Carlos Bolsonaro são procurado por email, telefone e mensagem de WhatsApp para responderam aos questionamentos da reportagem, mas até o fechamento desta edição não responderam.

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