Bolsonaro será citado em relatório de CPI da Covid, garante relator

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Publicado Terça, 05 de Outubro de 2021 às 12:24, por: CdB

O relator listou outros 30 nomes que serão indiciados e compartilhados com os vários órgãos de investigação, como a Procuradoria-Geral da República (PGR), unidades do Ministério Público Federal (MPF) nos Estados e o Tribunal de Contas da União (TCU).

Por Redação - de Brasília
Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) garantiu, nesta terça-feira, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será indiciado por sua condução do enfrentamento à pandemia de covid-19. A comissão apresentará um “texto robusto” e não irá “miar” na produção do relatório, afirmou Calheiros.
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Renan Calheiros, no relatório da CPI da Covid, garante que não vai 'miar' e o presidente Jair Bolsonaro será citado
— Pode ser e com certeza será indiciado. Nós não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório. Ele com certeza será (indiciado) pelo que praticou — assegurou Calheiros, em entrevista aos jornalistas. O relator listou outros 30 nomes que serão indiciados e compartilhados com os vários órgãos de investigação, como a Procuradoria-Geral da República (PGR), unidades do Ministério Público Federal (MPF) nos Estados e o Tribunal de Contas da União (TCU). Calheiros acrescentou, na entrevista, que as figuras centrais de seu relatório serão Bolsonaro, ministros de Estado e integrantes do chamado “gabinete paralelo”.

Monumento

Os senadores, segundo o relator, utilizarão os tipos penais de crime comum, crime de responsabilidade, crime contra a vida, e crime contra a humanidade. — O presidente da República, os ministros, aquelas pessoas que tiveram participação efetiva no gabinete paralelo e todos aqueles que tiveram responsabilidade no desvio de dinheiro público e na roubalheira. Então essas pessoas serão responsabilizadas — afirmou Calheiros. Na véspera, o relator da CPI da Covid apresentou um projeto para criar o Memorial em Homenagem às Vítimas da Covid-19 no Brasil. O projeto do monumento propõe uma placa na parte externa do Senado Federal, “de modo a ser facilmente visto pelos cidadãos, representando a dor pela perda das vítimas nos 27 Estados da federação”.

Depoimentos

Além de uma homenagem, o Memorial às Vítimas da Covid-19 será “um dos legados” da CPI e servirá “para que futuros congressistas e governantes sigam direção diferente”, acrescentou o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). — É para ficar na história do Senado Federal para que isso nunca mais aconteça — defendeu. Além de Renan, Omar e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, também assinam o projeto. Outros 13 senadores co-assinam a proposição. “O monumento tem como compromisso manter viva a memória dessa que é a maior tragédia humanitária da história do Brasil e que deixa uma cicatriz na história do país”, argumentou Calheiros, no projeto. Em um de seus últimos atos, a CPI entrou em sua última semana de depoimentos nesta terça-feira. Mesmo podendo estender o prazo de funcionamento do colegiado até o início de novembro, a cúpula já considera fechada a rodada de inquirições. Assim, não pretende fazer novas convocações, além das já definidas para esta semana. — Só se houver um fato muito grave, relevante, novo. E não que seja mais do que a gente já vem tratando — afirmou Omar Aziz, também a jornalistas, nesta manhã.

Prevent Senior

Com previsão de votação do relatório final em 20 de outubro, a Mesa Diretora do Senado avalia que a comissão já colheu dados suficientes para fechar os trabalhos com conclusões importantes. Até quinta-feira, a operadora de saúde Prevent Senior ocupará a maior parte dos questionamentos dos senadores. O primeiro depoimento da semana, no entanto, será do sócio da empresa de logística VTCLog, Raimundo Nonato Brasil. A empresa presta serviços ao Ministério da Saúde desde 2018, quando o agora líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), era ministro da pasta no governo golpista de Michel Temer. Na pandemia, a VTCLog foi contratada para receber, armazenar e distribuir vacinas contra a covid-19. A empresa é suspeita de ter feito pagamentos ao ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias. Por sua vez, Dias também é investigado e será um dos que terá seu nome incluído entre os indiciados no relatório final dos trabalhos.  Assim como Dias, Barros é outro alvo da CPI. Ele foi apontado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) de ser o coordenador do esquema de aquisição de vacinas por meio de empresas atravessadoras, em vez de diretamente dos laboratórios. O líder do governo Bolsonaro nega as acusações.
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