Bolsa volta a acionar o circuit breaker após nova queda, com dólar nas alturas

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Publicado Quarta, 11 de Março de 2020 às 12:44, por: CdB

Após a sessão de ajustes e caça de barganhas da véspera, o Ibovespa abriu em queda, mostrando fraqueza nesta quarta-feira, pressionado pela queda no preço do petróleo.

Por Redação - de São Paulo
A Bolsa de São Paulo voltou a acionar o circuit breaker — sistema que interrompe o pregão quando o Ibovespa atinge seu limite de queda, de 10% — pela segunda vez, nesta semana. Ao ser acionado, o índice caía 10,11%. Os negócios na Bolsa permaneceram suspensos por 30 minutos.
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Operador aponta o momento em que foi acionado o circuit breaker da Bolsa de Valores de São Paulo, no início da semana
Após a sessão de ajustes e caça de barganhas da véspera, o Ibovespa abriu em queda, mostrando fraqueza nesta quarta-feira, pressionado pela queda no preço do petróleo que atinge as ações da Petrobras, além do crescente temor sobre o impacto da epidemia de coronavírus. Às 15h35, o Ibovespa caía 10,11% %, a 82.887,24 pontos. O volume financeiro, na abertura, somava R$ 5,7 bilhões. A recuperação da maior queda em mais de 20 anos, que levou o Ibovespa a subir cerca de 7% na sessão da véspera, perdeu gás nesta quarta-feira, com o temor global tomando conta dos mercados.

Coronavírus

Impactando ações da Petrobras no Brasil, a Arábia Saudita disse nesta quarta-feira que planeja expandir a capacidade de produção de petróleo pela primeira vez em mais de uma década, em meio a uma briga por participação no mercado que derrubou os preços globais da commodity nesta semana. A frustração da expectativa de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciaria um plano de estímulos econômicos contra os efeitos do coronavírus também pesava sobre os mercados, já que Trump ainda não divulgou nenhuma medida concreta. O surto do vírus também forçava governos a agir contra a desaceleração econômica. Na Europa, o banco central britânico cortou a taxa de juros em 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira.

Congresso

Para analistas da Terra Investimentos, o pessimismo deverá tomar conta da sessão, com os riscos externos, e o aumento no número de infectados pelo coronavírus, sendo reforçados pelo lado interno, marcado pela demora de medidas do governo sobre reformas e de combate aos impactos do vírus na economia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou mensagem ao Congresso na noite de terça-feira com pedido aos presidentes da Câmara e do Senado para que acelerem a pauta de medidas econômicas. Diante deste cenário, a equipe econômica cortou projeção de crescimento neste ano a 2,1%, ante patamar de 2,4% calculado em janeiro. A estimativa ainda é superior à expansão de 1,99% esperada pelos economistas para a economia neste ano, conforme boletim Focus mais recente.

Câmbio

O dólar, por sua vez, era negociado em alta contra o real no início desta quarta-feira, voltando a superar R$ 4,66 depois de registrar maior queda em seis meses na sessão anterior, acompanhando o menor apetite por risco no exterior. Às 15h37, o dólar avançava 0,43%, a R$ 4,7330 na venda. Na abertura dos negócios, o dólar futuro de maior liquidez operava em alta de 0,30%, a R$ 4,6685. Na véspera, a divisa norte-americana sofreu sua maior queda diária em seis meses, cedendo 1,69%, a R$ 4,6457 na venda.
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