Argentinos choram a morte do popular chef Guillermo Calabrese

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Publicado Sábado, 22 de Abril de 2023 às 16:16, por: CdB

"O cozinheiro popular, que dirigia o programa ‘Qué mañana’ do Canal 9, sofreu uma descompensação em sua casa e foi transferido para o Hospital Fernández, onde morreu produto de uma parada cardíaca na madrugada deste sábado", diz a nota.


Por Redação, com Página12 - de Buenos Aires

A memória do renomado chef Guillermo Calabrese, popular entre os portenhos por seu trabalho nos programas de TV ‘Cocineros Argentinos’ e ‘Qué mañana’, morto na noite passada em decorrência de uma parada cardíaca, recebeu neste sábado as homenagens dos fãs. A notícia foi confirmada ainda nas primeiras horas desta manhã por meio de um comunicado divulgado pelo Grupo Octubre:

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O chef 'Cala', como era carinhosamente chamado, sofreu um mal súbido na última madrugada


"O cozinheiro popular, que dirigia o programa ‘Qué mañana’ do Canal 9, sofreu uma descompensação em sua casa e foi transferido para o Hospital Fernández, onde morreu produto de uma parada cardíaca na madrugada deste sábado. Cala, como era chamado, dirigia esta bem-sucedida revista de culinária e entretenimento no Canal 9 desde fevereiro de 2022 e, com seu grande talento culinário e simpatia, deu um cunho muito particular à prática gastronômica na televisão”, diz a nota.

Ainda segundo o comunicado Calabrese nasceu em 1961 em Buenos Aires “com profundas raízes italianas e começou a ganhar notoriedade como discípulo de Gato Dumas, com quem trabalhou por muitos anos. Diretores e funcionários do grupo, e do canal em particular, ainda consternados com a notícia, lamentam a perda e acompanham seus entes queridos neste momento".

‘Morte súbita’


Diretor do Hospital Fernández, o médico Ignacio Previgliano disse a jornalistas que o renomado chef e diretor do canal ‘El Nueve’ chegou ao hospital sem sinais vitais. "Até ontem ele estava a trabalhar, isto é o que se chama de morte súbita, tinha fatores de risco, era obeso e sofria de diabetes, são dois fatores que podem levar à morte súbita", disse Previgliano à rádio AM750 News, de Buenos Aires.

Calabrese havia treinado com Carlos ‘Gato’ Dumas, a quem considerava seu "professor". Calabrese e Dumas se conheceram algum tempo depois que "Cala", como o apelidaram, abandonou a Medicina. Ele estava no quinto ano quando percebeu que não era isso que queria fazer da vida.

‘Cala’ gostou da cozinha, uma área que ele conhecia. “A gastronomia sempre esteve presente e latente”, disse. E lembrou que quando era menino “em vez de olhar para a bola de futebol, eu via cozinhar”.

Discípulo


Já decidido a deixar a Medicina, Calabrese apostou em seu sonho e escreveu a Dumas pedindo emprego.

— Eu era cliente assíduo de seu restaurante na Recoleta. Naquela época você tinha uma gastronomia muito cinza, muito padrão/hoteleira, muito uniforme, sem diversão nem alegria, e o Gato fazia feliz, mudava os pratos, as cores, as toalhas de mesa. Ao descartar a fórmula, disse a mim mesmo: "Por que não ser como aquele cara: criativo, inspirador? Foi aí que resolvi mandar uma carta para ele, da qual me lembro perfeitamente; Eu queria ser seu discípulo — disse, em conversa com a revista portenha ‘El Planeta Urbano’.

O chef trabalhou com Dumas durante anos, foi seu “discípulo” e cresceu pelas mãos dele, na cozinha e na mídia.

— (Cat)me levou para a televisão e graças a ele eu viajei o mundo todo. Ele foi o primeiro dono de restaurante que ousou aparecer na TV e desmistificar muita coisa — lembrou ‘Cala’. E recordou ainda que quando Dumas morreu “fui ao velório todo vestido de branco, com o paletó da cozinha: era meu uniforme de gala e a forma de lhe mostrar respeito, porque era meu professor”.

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