Em outubro do ano passado, o otimismo era de 70%, quando havia uma avaliação de continuidade de flexibilização das medidas de reabertura das atividades e recuperação da economia. Agora, caiu para 57% o número de empresários que mantêm perspectivas positivas para os próximos seis meses.
Por Redação - de Brasília e São Paulo
O ambiente de negócios para as empresas brasileiras piorou no último semestre, com o aumento das incertezas econômicas, das restrições causadas pela pandemia e da falta de confiança na política econômica do governo. A constatação resume a sondagem especial realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), em abril.
Em outubro do ano passado, o otimismo era de 70%, quando havia uma avaliação de continuidade de flexibilização das medidas de reabertura das atividades e recuperação da economia. Agora, caiu para 57% o número de empresários que mantêm perspectivas positivas para os próximos seis meses.
O percentual do empresariado que cita as incertezas econômicas como principais fatores que estão influenciando negativamente as expectativas teve uma alta expressiva, ao passar de 67% para 74%, no período.
Consumo
O aumento de restrições para conter a pandemia e a falta de confiança na política econômica do governo federal aparecem em seguida, praticamente empatados, com 56% e 55%, respectivamente.
Em linha com o desânimo no ambiente empresarial, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) também recuou 1,6% na passagem de abril para maio deste ano e chegou a 67,5 pontos. Essa é a segunda queda consecutiva do indicador, que atingiu o menor patamar do indicador desde agosto de 2020 (66,2 pontos). O dado foi divulgado nesta manhã, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Em relação a maio de 2020, a queda chegou a 17,3%. Esse é o 14º recuo do indicador neste tipo de comparação e o pior mês de maio da série histórica, iniciada em 2010. Na passagem de abril para maio, os sete componentes da ICF tiveram redução, com destaque para perspectiva profissional (-4,4%) e momento para a compra de bens duráveis (-3%).
Oscilação
Na comparação com maio, também houve queda nos sete componentes, sendo as maiores deles na renda atual (-23,5%) e no momento para bens duráveis (24,7%).
— De modo geral, ainda há muita desconfiança com relação à capacidade de recuperação econômica até o fim do ano. O mercado de trabalho vem amparando a resiliência do brasileiro, incentivando sua capacidade de consumo, mas mesmo as empresas encontram obstáculos. Até a imunização coletiva, não conseguiremos encerrar essa oscilação completamente — resumiu o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em entrevista a jornalistas.