Amazônia: Justiça mantém suspensão de licenciamento de mina de ouro

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Publicado Quinta, 28 de Abril de 2022 às 10:41, por: CdB

A Belo Sun pretende construir a maior mina de ouro a céu aberto do Brasil na Volta Grande do Xingu, uma das áreas com maior biodiversidade do planeta e que já sofre com impactos da hidrelétrica de Belo Monte.

Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) manteve a suspensão por tempo indeterminado do licenciamento de um grande projeto minerário da canadense Belo Sun no rio Xingu, na Amazônia paraense.
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Acampamento da Belo Sun no local do projeto Volta Grande, no Pará
Com isso, permanece válida a decisão de 2017 do próprio (TRF-I) que suspendeu a validade da licença de instalação emitida pelo governo do Pará até o cumprimento de todas as etapas necessárias para avaliação de impactos para comunidades atingidas. A Belo Sun pretende construir a maior mina de ouro a céu aberto do Brasil na Volta Grande do Xingu, uma das áreas com maior biodiversidade do planeta e que já sofre com impactos da hidrelétrica de Belo Monte. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os empreendimentos, ambos de grande magnitude, estão a poucos quilômetros de distância um do outro, e oferecem risco de impactos devastadores aos habitantes e ao ecossistema da região. O MPF aponta ainda que não houve efetivo processo de consulta às populações afetadas. Segundo o órgão, a Belo Sun colheu depoimentos nas comunidades, mas não incorporar mudanças ao projeto. A decisão também ratifica o entendimento anterior do TRF1, que aponta deficiências no Estudo de Componente Indígena (ECI), etapa obrigatória para autorização de grandes empreendimentos.

Povos afetados

O desembargador federal Jamil Rosa de Jesus Oliveira destacou que o estudo deve ser feito com base em dados retirados diretamente das comunidades atingidas e submetido à aprovação dos órgãos competentes. Só então o processo poderá avançar. O Projeto Volta Grande da Belo Sun pode afetar povos das terras indígenas Paquiçamba, Arara e Arara da Volta Grande, além de grupos isolados da Terra Indígena Ituna-Itatá e indígenas que vivem em terras não demarcadas. Um exemplo é a comunidade São Francisco, habitada por indígenas Juruna, que está a apenas a 2 quilômetros do empreendimento. Eles alegam terem sido excluídos do processo de consulta.
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