Aleluia, o governo Bolsonaro já brochou!

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Publicado Segunda, 12 de Setembro de 2022 às 15:10, por: CdB

Para o palhaço que transformou o Brasil num circo de horrores, o mandato presidencial foi uma oportunidade de ouro para vingar-se de todas as humilhações que sofreu ao longo de uma existência parasitária e medíocre.

Por Celso Lungaretti
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O palhaço Bolsonaro envergonha o Brasil
Nem sequer original ele foi: apenas repetiu na vida real o que José Mojica Marins fez num dos episódios de seu filme de 1968, O estranho mundo de Zé do Caixão , intitulado Ideologia. Foi uma resposta a todas as esculhambações que sofreu dos críticos e dos cidadãos respeitáveis no início de carreira, quando tarado era um dos rótulos mais amenos que lhe aplicavam.
Interpretou um professor igualmente apedrejado pelos defensores da moral e dos bons costumes, cujo nome (Oaxiac Odez) nada mais era que do um anagrama da denominação do seu personagem célebre. Depois de ser massacrado numa entrevista de TV, ele convida um dos inquisidores a ir visitá-lo com sua esposa.
Submete o casal à fome, à sede e a todos os ultrajes, até a prova final: um deles só sairia dali vivo causando a morte do outro. E, claro, um deles se presta a tão ignominioso papel, comprovando a tese do professor, de que os seres humanos, em circunstâncias extremas, sacrificam quaisquer escrúpulos para garantir a sobrevivência.
Da mesma forma, Jair Bolsonaro retaliou tantos quanto o desprezaram, começando pelo Exército, que era identificado com uma imagem idealizada do duque de Caxias e passou a ter como figura emblemática o um-manda-e-o-outro-obedece Eduardo Pazuello.
Mas, ao contrário do triunfante Zé do Caixão par lui-même, o Zé da Rachadinha, além da crassa ignorância e da incompetência em qualquer coisa que não seja a malandragem dos becos, tem evidentes problemas mentais, de igualmente óbvia origem sexual, daí haver feito um governo simplesmente depravado e pornográfico, que até à necrofilia chegou quando empilhava cadáveres durante a pandemia de covid.
O último ato da longa esbórnia foi fazer o Exército que o expeliu servir de escada para sua histrionice eleitoreira, obrigado na comemoração cívica deste 07/09 a pular  enquanto ele dava tiros no chão.
E expôs o Brasil à vergonha extrema de ter o bicentenário de sua independência transformado num comício eleitoral ilegal e tosco de um candidato com incontinência verbal.
De resto, contraditório como qualquer esquizofrênico, ele aproveitou a comemoração que sequestrou para proclamar-se imbrochável, quando, no sentido lato, já brochou infinitas vezes, como:
— quando tentou ser um garboso oficial das gloriosas Forças Armadas e foi considerado indigno de sua pretensão, a ponto de até o ditador de plantão o qualificar de mau militar;
— quando foi assaltado por bandidos de quinta categoria e negou fogo, entregando-lhes docilmente a moto e a pistola;
— quando marcou um golpe de Estado para o Dia da Pátria de 2021 e foi o primeiro a não comparecer ao encontro, indo buscar socorro e conforto no colo do tio Temer;
— quando novamente criou expectativa de golpe neste 7 de setembro e acabou substituindo-o por uma mistura de retórica politiqueira com monólogo de baixarias que envergonharia até o Ary Toledo das últimas décadas.
Quanto ao sentido estrito, só interessa a ele e a quem transa com ele. A nação e o povo brasileiros não tinham nada a ver com isso, muito menos numa ocasião solene. (Por Celso Lungaretti)
Celso Lungaretti é jornalista militante, escritor, editor do blog Náufrago da Utopia, lutou contra a Ditadura militar.
Direto da Redação é um fórum de debates publicado no Correio do Brasil pelo jornalista Rui Martins.
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