Violações do Irã podem equivaler a crimes contra humanidade, diz ONU

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Publicado Segunda, 20 de Março de 2023 às 10:34, por: CdB

Rehman, um especialista independente, acrescentou que a escala e a gravidade dos crimes cometidos pelas autoridades como parte da repressão após a morte da jovem "apontam para a possível prática de crimes internacionais.


Por Redação, com Reuters - de Genebra


Autoridades do Irã cometeram violações nos últimos meses que podem equivaler a crimes contra humanidade, disse um especialista nomeado pela ONU ao Conselho de Direitos Humanos nesta segunda-feira, citando casos de assassinato, prisão, desaparecimento forçado, tortura, estupro, violência sexual e perseguição.




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Violações do Irã podem equivaler a crimes contra humanidade, diz especialista da ONU

O Irã foi varrido por protestos desde a morte de uma jovem curda iraniana, Mahsa Amini, sob custódia policial em setembro passado.


Dirigindo-se ao conselho com sede em Genebra, Javaid Rehman, relator especial sobre o Irã, disse ter evidências de que Amini morreu "como resultado de espancamentos da polícia estatal da moral". O legista do Irã afirmou que ela morreu de condições médicas preexistentes, não de golpes na cabeça e nos membros.


Rehman, um especialista independente, acrescentou que a escala e a gravidade dos crimes cometidos pelas autoridades como parte da repressão após a morte da jovem "apontam para a possível prática de crimes internacionais, notadamente os crimes contra humanidade".


O embaixador do Irã, Ali Bahreini, disse ao órgão que as alegações são imaginárias e que o Irã estava sendo alvo no conselho. "Eles tentam retratar suas imaginações como a realidade da situação no Irã", declarou ele.



Mortos nos protestos


Cerca de 527 pessoas foram mortas nos protestos, sendo 71 crianças, continuou Rehman, incluindo algumas que foram espancadas até a morte pelas forças de segurança. Mulheres e meninas foram alvejadas com tiros em seus rostos, seios e órgãos genitais, acrescentou ele, citando médicos iranianos.


– As crianças libertadas descreveram abusos sexuais, ameaças de estupro, surras, administração de choques elétricos e como suas cabeças foram mantidas debaixo d'água, e como foram suspensas pelos braços ou lenços enrolados em seus pescoços – disse Rehman em seu discurso.



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