Venezuela: exercícios militares acirram disputa pelo Essequibo

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Publicado Sexta, 29 de Dezembro de 2023 às 12:56, por: CdB

Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, chamou de "provocação" envio de navio britânico à Guiana, acusou descumprimento de acordo e anunciou a mobilização de 5,6 mil militares para participar de um exercício "de defesa".


Por Redação, com DW - de Caracas


Após o Reino Unido enviar um navio da Marinha em direção à Guiana, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou na quinta-feira a mobilização de mais de 5,6 mil militares para participar de um exercício "de defesa".




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HMS Trent, navio da marinha britânica que foi enviado à Guiana

Segundo Maduro, que tem cobiçado parte do território da Guiana, a ação é uma "resposta à provocação e ameaça do Reino Unido contra a paz e a soberania" da Venezuela.


Os dois países sul-americanos protagonizaram nas últimas semanas um novo capítulo na disputa centenária pelo Essequibo, uma região rica em recursos naturais e que perfaz mais de 70% do território da Guiana.


Após o regime de Maduro realizar um referendo que preparava o terreno para uma eventual anexação da área, no início de dezembro, os dois países acabaram concordando em reduzir as tensões e resolver o litígio pela via diplomática.


Uma fonte do ministério de Relações Exteriores da Guiana afirmou à agência francesa de notícias AFP que o navio HMS Trent deve chegar à costa do país nesta sexta e ali permanecer por "menos de uma semana" para exercícios de defesa em mar aberto.


O ministério britânico da Defesa não confirmou a chegada da embarcação em águas guianesas, mas havia dito anteriormente que o navio de patrulha cumpriria "uma série de compromissos na região" da Guiana.



Acordo assinado há duas semanas


Em comunicado, Caracas rechaçou categoricamente a presença do navio britânico na costa da Guiana, classificando a presença da embarcação na região como "extremamente grave" – a Guiana foi colônia britânica até 1966 – e uma violação dos acordos assinados em 14 de dezembro entre Maduro e o presidente guianense, Irfaan Ali, em São Vicente e Granadinas.


Caracas pediu ainda a Georgetown "que tome medidas imediatas para retirar o navio HMS Trent e se abstenha de continuar a envolver potências militares na controvérsia", alertando a Comunidade do Caribe (Caricom) e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), mediadores do último acordo, que as ações "são contrárias ao espírito de paz e compreensão".




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