Rio de Janeiro, 20 de Setembro de 2024

Vaticano excomunga arcebispo desafeto do papa Francisco por 'cisma'

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Sexta, 05 de Julho de 2024 às 14:09, por: CdB

A medida foi anunciada nesta sexta-feira pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão mais poderoso da Santa Sé em matéria de teologia e herdeiro da Santa Inquisição, após um processo extrajudicial contra Viganò.

Por Redação, com ANSA – da Cidade do Vaticano

O Vaticano excomungou o arcebispo italiano Carlo Maria Viganò, desafeto do papa Francisco, expoente do clero ultraconservador e acusado de tentar provocar um cisma na Igreja Católica.

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Carlo Maria Viganò chamou Francisco de ‘usurpador’

A medida foi anunciada nesta sexta-feira pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão mais poderoso da Santa Sé em matéria de teologia e herdeiro da Santa Inquisição, após um processo extrajudicial contra Viganò.

“São conhecidas suas afirmações públicas, das quais resulta a recusa em reconhecer e se submeter ao Sumo Pontífice, à comunhão com os membros da Igreja e à autoridade do Concílio Vaticano II”, diz um comunicado oficial.

“Carlo Maria Viganò foi reconhecido como culpado do delito de cisma, e o dicastério declarou sua excomunhão”, acrescenta a nota.

O italiano havia sido intimado a comparecer no Dicastério para a Doutrina da Fé no último dia 28 de junho, mas se recusou a dar explicações, definindo o processo como uma “farsa” encampada por aqueles que ele acusa de “heresia, traição e abuso de poder”.

“A Igreja de Bergoglio não é a Igreja Católica. Se é por essa Igreja que sou acusado de cisma, então é um motivo de honra”, afirmou Viganò no mês passado.

Recentemente, ele acusou Francisco de ser um “usurpador” e “servo de Satanás” por causa da permissão para bênçãos a casais homoafetivos. Além disso, já foi repreendido pelo Vaticano por espalhar notícias falsas sobre a pandemia de covid-19.

“Exterminador de papas”

Apelidado de “exterminador de papas”, Viganò trabalhou mais de 10 anos na Cúria Romana e foi afastado da secretaria do Governatorato da cidade-Estado do Vaticano em 2011, após cultivar desavenças na Igreja. Também é um dos pivôs do escândalo “Vatileaks”, que vazou documentos sigilosos do pontificado de Bento XVI e culminaria na renúncia de Joseph Ratzinger, em 2013.

Em 2016, o italiano foi removido por Francisco da Nunciatura Apostólica em Washington e forçado a se aposentar.

Em seus anos nos Estados Unidos, Viganò estreitou laços com o clero ultraconservador americano, que, no entanto, não o defendeu publicamente da acusação de cisma.

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