Vacinas de rotina reduzem risco de Alzheimer em 30%, diz estudo

Arquivado em:
Publicado Segunda, 21 de Agosto de 2023 às 14:00, por: CdB

Segundo os pesquisadores, de modo geral, "as vacinas podem reduzir o risco de desenvolver infecções ou limitar sua gravidade, diminuindo a carga neuroinflamatória de um indivíduo e a intensidade de mecanismos imunológicos que podem contribuir para o desenvolvimento do Azlheimer".


Por Redação, com Canaltech - de Washington


Tomar as vacinas indicadas para a sua faixa etária é altamente recomendado pelos médicos. Agora, cientistas da University of Texas Health Science Center at Houston, nos Estados Unidos, descobriram que essa vacinação de rotina tem alguns desdobramentos ainda mais benéficos, como reduzir o risco da doença Alzheimer em até 30% nas pessoas com mais de 65 anos.




vacina-1.jpg
Estudo revela que vacinas de rotina, como o imunizante contra tétano, difteria e coqueluche, podem reduzir o risco da doença de Alzheimer em cerca de 30%

É o que revela o recente estudo publicado na revista científica Journal of Alzheimer's Disease. Segundo os pesquisadores, de modo geral, "as vacinas podem reduzir o risco de desenvolver infecções ou limitar sua gravidade, diminuindo a carga neuroinflamatória de um indivíduo e a intensidade de mecanismos imunológicos que podem contribuir para o desenvolvimento do Azlheimer".



Quais são as vacinas de rotina do estudo do Alzheimer?


No atual estudo sobre a redução de risco para a doença de Alzheimer, os pesquisadores se concentraram no efeito indireto de três vacinas amplamente indicadas para adultos e idosos, nos EUA:


Vacina contra tétano, difteria e coqueluche (Tdap) ou vacina contra tétano e difteria (Td);


Vacina contra herpes-zóster (HZ);


Vacina pneumocócica infecções bacterianas causadas pelos pneumococos, incluindo pneumonias e meningite.


Após definir a lista de vacinas de rotina, os pesquisadores analisaram se os indivíduos vacinados contra essas doenças apresentavam um risco maior para o surgimento do Alzheimer do que aqueles que não foram imunizados ao longo de oito anos de acompanhamento. Todos tinham pelo menos 65 anos e, no início do estudo, não tinham nenhum tipo de demência.


No final da pesquisa, os cientistas descobriram que aqueles pacientes que tomaram a vacina Tdap ou Td tinham um risco 30% menor de desenvolver Alzheimer, 7,2% dos pacientes vacinados contra 10,2% dos pacientes não vacinados desenvolveram a doença.


Agora, a vacinação contra HZ implicou em um risco 25% menor para a demência, 8,1% contra 10,7%. Por fim, a imunização com a vacina pneumocócica gerou uma redução na probabilidade de 27%, 7,9% contra 10,9%.



Efeito da vacina da gripe contra a demência


Anteriormente, o mesmo grupo de cientistas descobriu que as pessoas que receberam pelo menos uma vacina contra influenza (gripe) tinham 40% menos probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer em comparação com seus pares não vacinados.


– Esses (novos) dados revelam que várias vacinas adicionais para adultos também foram associadas a uma redução no risco de Alzheimer – afirma Paul Schulz, um dos autores do estudo, em nota sobre a importância da vacinação.



Por que as vacinas protegem contra o Alzheimer?


Até o momento, os pesquisadores não sabem exatamente o porquê das vacinas de rotina protegerem o cérebro da demência, mas existem algumas ideias. "Nossa hipótese é que a redução do risco de doença de Alzheimer associada às vacinas provavelmente se deve a uma combinação de mecanismos", afirma Avram Bukhbinder, um dos autores do estudo.


– As vacinas podem mudar a forma como o sistema imunológico responde ao acúmulo de proteínas tóxicas que contribuem para a doença de Alzheimer – detalha Bukhbinder. Nesse caso, a imunização melhoraria a eficiência das células imunológicas em "limpar" o cérebro e impedir a formação das placas de beta-amiloide. Em outra frente, os imunizantes reduzem o nível de inflamação do organismo, já que evitam inúmeras doenças inflamatórias.


Para entender melhor os mecanismos, os pesquisadores ressaltam a necessidade de testes com modelos animais, como roedores, o que permitirá compreender exatamente como as vacinas de rotina podem reduzir o risco do Alzheimer.



Vacina do Alzheimer?


Aqui, é importante frisar que esse estudo mede o efeito indireto dessas vacinas, já que nenhuma das fórmulas testadas protege contra o Alzheimer. No entanto, pesquisadores japoneses testam uma vacina específica contra esse tipo de demência e os resultados pré-clínicos (com animais) são promissores.






Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo