Universidade pode ser processada caso não apresente todas as gravações

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Publicado Quarta, 14 de Maio de 2003 às 18:27, por: CdB

A Universidade Estácio de Sá tem até a próxima quinta-feira para apresentar todas as gravações do momento em que a estudante Luciana Gonçalves de Novaes foi baleada sob risco de ser processada. O prazo para que a Estácio esclareça o que houve com as imagens foi dado pelo secretário de Segurança, Anthony Garotinho. Ele disse que a instituição deixou de entregar duas fitas à polícia e considera que a Estácio pode estar escondendo alguma prova que não seja "positiva para sua imagem". "Ou entrega todas as fitas ou vai sofrer um processo", afirmou. As imagens de duas câmeras do circuito interno de TV da Universidade Estácio de Sá que captaram o momento em que a estudante foi baleada – peças-chave das investigações que poderiam levar a polícia a identificar o autor do disparo – foram adulteradas. O chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, disse que pode ter sido uma manipulação intencional e levantou a suspeita de que o tiro tenha sido dado por um vigilante da Estácio. Álvaro Lins disse que dez minutos de gravação (cinco minutos de cada uma das duas câmeras que ficam próximas à cantina onde Luciana estava) foram apagadas um dia depois do crime. Em seu lugar aparecem imagens repetidas, que já haviam sido exibidas em trechos anteriores. Ele acredita que a parte suprimida – com cenas coloridas e muito mais nítidas do que as em preto-e-branco que já estavam em poder da polícia – poderia levar à elucidação do caso. Lins considera que houve fraude processual, que pode ser punida com até quatro anos de prisão. - Trabalhamos com a hipótese de que seja uma manipulação deliberada das imagens para encobrir o que realmente aconteceu. Pode ser uma tentativa de esconder quem fez o disparo ou ainda de preservar a atividade de segurança, que pode ter sido feita de maneira irregular. Seria muito infantil achar que não iríamos perceber esse tipo de manipulação - afirmou o chefe de Polícia. Ele acredita que, se o tiro tivesse partido do Morro do Turano, não haveria motivo para as imagens terem sido adulteradas. - Se o tiro partisse do morro e não tivesse nada a ver com a universidade, por que esconder isso?. Nesta quarta-feira, o promotor Márcio Nobre, da 1ª Central de Inquéritos, e o delegado Luiz Alberto de Andrade se reuniram com a direção da Estácio para cobrar explicações. Eles saíram com sete fitas VHS e não deram declarações. Seis pessoas, entre elas testemunhas do crime, seriam ouvidos nesta quarta-feira pelo delegado. A tese mais forte até agora é de que o disparo tenha partido de dentro do campus, por causa da gravidade do ferimento da estudante. Segundo a perícia, o exame de impacto da bala no rosto de Luciana, cujo resultado ainda não foi divulgado, vai determinar a que distância estava o atirador. A direção da universidade nega que tenha fraudado as imagens. Informou que as gravações ficam em poder da empresa Tele-Segurança, responsável pelas 32 câmeras instaladas no câmpus e que é a firma que tem de responder pela adulteração apontada pela polícia. A universidade divulgou ainda que tem dado a colaboração necessária à polícia e que só vai se pronunciar novamente no fim do inquérito. Procurada pelo Estado, a Tele-Segurança não respondeu às ligações. A Vigban, empresa que faz a segurança da Estácio, informou que os vigias que ficam dentro do campus não usam armas, mas os que ficam no estacionamento da universidade, portam revólveres calibre 38. O estacionamento fica nos fundos do terreno da Estácio, perto da cantina e junto ao muro que dá para o Morro do Turano. Segundo o chefe do Departamento Jurídico da firma, Jorge Antônio, os seguranças que ficam armados não circulam na área interna. Ele disse que os vigias não têm autorização para usar pistola 40, arma de onde saiu a bala que feriu Luciana. Jorge Antônio afirmou que "não faz o mínimo sentido" a suspeita de que um vigilante tenha atirado na moça. "Tenho certeza absoluta disso", afirmou. Jorge Antônio disse ainda que a Vigba

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