UE concorda em assinar acordo de extradição com os EUA

A União Européia concordou em assinar um esperado acordo de extradição com os Estados Unidos, que inclui prisioneiros acusados de terrorismo e crime organizado. O acordo será assinado no dia 25 de julho, em Washington, durante uma cúpula que reunirá os Estados Unidos e o bloco europeu. A assinatura foi adiada por quase um ano, até que oficiais europeus conseguissem incluir no acordo o direito de recusar a extradição de suspeitos que possam ser condenados a pena de morte ou nos casos em que os Estados Unidos não puderem garantir um julgamento justo em um tribuinal civil. O acordo é parte da resposta européia aos ataques de 11 de setembro, que mataram mais de 3 mil pessoas em Nova York, em 2001. Direitos Humanos Grupos de defesa dos direitos humanos da Europa criticaram o acordo, que consideram muito vago e ambíguo. Ainda não está definido como o acordo afetará suspeitos estrangeiros presos por acusações de terrorismo, que poderiam acabar sendo julgados em tribunais americanos com poderes de impor a pena de morte. Um convênio que permitirá que policiais americanos e europeus realizem investigações conjuntas e compartilhem provas em casos criminais e relacionados a ataques terroristas também será assinado na cúpula. Os acordos precisarão ser ratificados por todos os 15 países-membros da União Européia e pelo Senado americano. Os Estados Unidos festejaram a decisão européia. - Nós estamos satisfeitos com a decisão da União Européia e acreditamos que esses instrumentos contêm um valor que será acrescentado à nossa luta conjunta contra o terrorismo - afirmou um oficial americano. Os Estados Unidos já têm acordos bilaterais de extradição com vários países europeus, mas o novo tratado irá facilitar o procedimento. Mas o país vem sendo muito criticado, inclusive pelo Parlamento Europeu, por manter cerca de 600 prisioneiros capturados durante a guerra no Afeganistão no complexo da Baía de Guantánamo, em Cuba. Nenhum deles foi acusado formalmente.