Turquia detém jogador de Israel que mostrou inscrição ‘100 dias’ no pulso

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Publicado Segunda, 15 de Janeiro de 2024 às 13:25, por: CdB

O ministro da Justiça da Turquia, Yilmaz Tunc, disse que os promotores estavam investigando Jehezkel sob a acusação de "incitar as pessoas ao ódio e à hostilidade" por exibir uma mensagem escrita em seu pulso enfaixado dizendo "100 dias, 7.10", ao lado de um emblema judaico da Estrela de Davi.


Por Redação, com Reuters - de Ancara


A polícia turca deteve o jogador de futebol israelense Sagiv Jehezkel durante a noite e o libertou nesta segunda-feira, depois de interrogá-lo sobre uma mensagem que ele exibiu em seu pulso durante uma partida, aludindo à passagem de 100 dias desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.




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A polícia turca deteve o jogador de futebol israelense Sagiv Jehezkel

O ministro da Justiça da Turquia, Yilmaz Tunc, disse que os promotores estavam investigando Jehezkel sob a acusação de "incitar as pessoas ao ódio e à hostilidade" por exibir uma mensagem escrita em seu pulso enfaixado dizendo "100 dias, 7.10", ao lado de um emblema judaico da Estrela de Davi.


O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que as autoridades turcas liberaram Jehezkel da custódia policial e que ele retornaria a Israel na segunda-feira, e o ministro da Defesa israelense denunciou a Turquia pela detenção, acusando-a de agir como um braço do Hamas.


O time de futebol de Jehezkel no sul da Turquia, o Antalyaspor, também disse que ele havia sido libertado e que um jato particular o levaria com sua família de volta a Israel, e que ele estava sendo expulso do time por agir contra os valores nacionais turcos.


Jehezkel, 28 anos, ergueu o punho cerrado para exibir a mensagem após marcar um gol pelo Antalyaspor contra o Trabzonspor durante partida pelo Campeonato Turco no domingo.


Os promotores de Antalya iniciaram uma investigação sobre Jehezkel "devido ao seu gesto feio de apoio ao massacre de Israel em Gaza após marcar um gol", disse Tunc na plataforma de mídia social X.


– Não agi para incitar ou provocar ninguém. Não sou uma pessoa a favor da guerra – disse Jehezkel à emissora NTV.


– Há soldados israelenses mantidos como reféns em Gaza. Sou uma pessoa que acredita que esse período de 100 dias deve terminar agora. Quero que a guerra termine. É por isso que mostrei a mensagem aqui – disse ele por meio de um tradutor durante o interrogatório.


Militantes do grupo islâmico palestino Hamas, que governa Gaza, invadiram comunidades israelenses em um ataque surpresa na fronteira em 7 de outubro, matando 1,2 mil pessoas e capturando 240 reféns, de acordo com autoridades israelenses.


A guerra subsequente chegou a 100 dias no domingo, com tanques e aeronaves israelenses atingindo alvos no sul e no centro de Gaza em meio a ferozes tiroteios em algumas áreas. O Ministério da Saúde de Gaza disse na segunda-feira que 24,1 mil palestinos foram mortos e quase 61 mil ficaram feridos nos ataques israelenses em Gaza desde 7 de outubro.


Comícios em apoio aos reféns ainda mantidos em Gaza foram realizados em Israel e em outros lugares no domingo.



"Hipocrisia e ingratidão"


Após a detenção de Jehezkel, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, acusou a Turquia de servir como um "braço executivo de fato do Hamas".


Em uma postagem no X, Gallant lembrou a Turquia da rápida assistência de Israel ao país após o terremoto do ano passado e chamou o tratamento dado a Jehezkel de "uma manifestação de hipocrisia e ingratidão".


A diretoria do Antalyaspor decidiu excluir Jehezkel de sua equipe por "agir contra os valores nacionais de nosso país" ao exibir a mensagem, segundo um comunicado do clube. Seu porta-voz, Murat Ozgen, disse que o clube estava aguardando os procedimentos judiciais antes de rescindir seu contrato.


– Observei com tristeza e surpresa que Sagiv Jehezkel agiu contra as sensibilidades do Antalya, do Antalyaspor e do nosso país – disse o presidente do clube, Sinan Boztepe, no X.


A Turquia tem sido um crítico ferrenho da guerra devastadora de Israel em Gaza, lançada em resposta ao ataque de 7 de outubro.




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