Tradicional boteco na comunidade de Manguinhos pede doações após incêndio

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Publicado Sexta, 01 de Março de 2024 às 10:34, por: CdB

Uma campanha de arrecadação online busca dar conta do prejuízo. O valor será utilizado para compra de equipamentos destruídos pelo fogo e reparo de danos causados na infraestrutura do local.

Por Redação, com Brasil de Fato - do Rio de Janeiro

O tradicional Boteco da Tia Lauzinha na favela de Manguinhos, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, sofreu um incêndio na madrugada do último dia 16 de fevereiro. O local conhecido por toda comunidade como ponto de encontro com boa comida e cerveja gelada agora precisa da solidariedade dos amigos e clientes para se reerguer.

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Boteco da Lazinha (in memoriam) guarda grande tradição culinária e cultural para a comunidade de Manguinhos

Uma campanha de arrecadação online busca dar conta do prejuízo. O valor será utilizado para compra de equipamentos destruídos pelo fogo e reparo de danos causados na infraestrutura do local. É possível contribuir com qualquer valor neste link. A meta da campanha é arrecadar R$ 50 mil para cobrir os custos da reforma. 

O filho de Lauzinha, Ricardo Araújo, que antes ajudava no bar aos finais de semana, agora comanda o negócio construído pela mãe Sebastiana Araújo, eterna Tia Lauzinha, falecida há dois anos.

– Infelizmente esse boteco que a partir da minha mãe virou nosso sustento, meu e da minha família, teve um curto-circuito e deu perda total. Perdi quatro freezers, ar-condicionado, parte elétrica. Estou usando recursos próprios, mas acabou. Já estou parado há duas semanas – conta.

História e raíz

Inaugurado há 40 anos na Rua Santana do Livramento, o boteco chefiado pela saudosa Tia Lauzinha foi homenageado em literatura de cordel pela Fiocruz, que retratou atores culturais e sociais marcantes da história de Manguinhos. "Tira-gosto e almoço / A comida é bem servida / Um bom papo, uma risada / Coisas boas dessa vida / No boteco chefiado / Por pessoa tão querida", descreve o cordel. 

Além disso, Lauzinha recebeu moção de reconhecimento e louvor da Câmara de Vereadores do Rio. A matriarca era personalidade conhecida na comunidade pela sua responsabilidade social, sobretudo com as crianças que aconselhava, e pelos eventos culturais que movimentavam toda a rua do boteco.

O boteco era palco de festas juninas, rodas de samba e distribuição de doce no Dia da Crianças. Um dos eventos mais aguardados do ano era a famosa Feijoada do Guerreiro, que todo 23 de abril reunia mais de mil pessoas em homenagem ao Dia de São Jorge, Ogum nas religiões afro-brasileiras.

– O bar virou um polo cultural, as pessoas falam da rua da Tia Lauzinha que virou uma referência. Hoje Manguinhos tem a Fiocruz, que cumpre um papel importante para o bairro, tem a igreja projetada pelo Oscar Niemeyer [Igreja São Daniel], que é tombado como patrimônio cultural, e o boteco da Lauzinha é uma das atrações também, onde você vai para um lugar pacífico comer e beber bem – completa Ricardo Araújo.

Além da campanha de arrecadação online, o bar também recebe doações no PIX pelo CNPJ do bar (52107155000125). O boteco na Rua Santana do Livramento, nº 17, permanece fechado após a tragédia.

Cardápio da merenda nas escolas municipais poderá ser divulgado na Internet

A prefeitura do Rio poderá ser obrigada a divulgar o cardápio da merenda das escolas municipais no site oficial semanalmente. Isso é o que diz o PL 1793/2023, aprovado em primeira discussão pelos vereadores do Rio durante a sessão extraordinária da última quarta-feira.

De acordo com o texto do projeto, as informações deverão estar dispostas de maneira simples e ficarão disponíveis pelo prazo mínimo de um ano a contar da data de sua publicação. A matéria voltará à pauta para nova votação. 

Autor da proposta, o vereador Welington Dias (PDT) citou dois motivos principais para que esta informação esteja acessível para todos. “Isso é importante para que haja o conhecimento por parte da comunidade escolar em saber o que está sendo servido aos alunos e também para que haja uma efetiva fiscalização dos órgãos públicos quanto à qualidade da merenda que está sendo comprada e feita nas escolas”, apontou o parlamentar. 

Histórico

Em junho do ano passado, a Câmara de Vereadores do Rio aprovou, por unanimidade, um projeto de lei que proíbe a venda e a oferta de bebidas e alimentos ultraprocessados nas escolas públicas e particulares do município. Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes (PSD) se adiantou e divulgou um cardápio do mês em suas redes sociais, para ser adotado nas escolas da rede municipal de ensino e creches da prefeitura.

O cardápio continha no desjejum, diariamente, café com leite, vitamina, iogurte, frutas, variando durante os cinco dias da semana. O cardápio do almoço conta sempre com arroz, feijão, carne ou frango, salada e, como sobremesa, uma fruta. Na hora da saída escolar, as crianças tomam leite, vitamina, sempre acompanhada de uma fruta, além de pão com requeijão, com ovo ou cuscuz de tapioca. O guia alimentar tem como base o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e supervisão da Subsecretaria de Vigilância Sanitária da prefeitura.

A postagem feita Eduardo Paes ocorreu após ele ser questionado, em um encontro com estudantes sobre a falta de variedade de proteínas no cardápio escolar. Uma aluna mencionou que na escola onde estudava só se servia frango e ovo.

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