Talebãs recusam ajuda dos EUA no combate ao Estado Islâmico

Arquivado em:
Publicado Domingo, 10 de Outubro de 2021 às 07:36, por: CdB

O porta-voz político dos talebãs, Suhail Shaheen, informou que não haveria qualquer colaboração com os Estados Unidos para conter o grupo extremista EI, cada vez mais ativo no país e que tem assumido a autoria de atentados recentes, um dos quais a uma mesquita e que matou 46 muçulmanos xiitas, na sexta-feira, na cidade de Kunduz, no norte do país.

Por Redação, com ABr - de Cabul/Doha

Os talebãs recusaram qualquer cooperação com os Estados Unidos para conter o Estado Islâmico no Afeganistão, demonstrando uma posição intransigente sobre uma questão central antes das primeiras conversações desde que os norte-americanos saíram do país em agosto.
taleba-2.jpg
Talebãs e representantes dos EUA estão reunidos no Qatar
Altos funcionários dos talebãs e representantes dos Estados Unidos estão reunidos neste domingo em Doha, capital do Qatar, sendo que ambos os lados afirmaram que as questões em discussão incluem o controle dos grupos extremistas e a retirada de cidadãos estrangeiros e afegãos do Afeganistão, com os talebãs garantindo que haveria flexibilidade neste processo. No entanto, o porta-voz político dos talebãs, Suhail Shaheen, informou que não haveria qualquer colaboração com os Estados Unidos para conter o grupo extremista EI, cada vez mais ativo no país e que tem assumido a autoria de atentados recentes, um dos quais a uma mesquita e que matou 46 muçulmanos xiitas, na sexta-feira, na cidade de Kunduz, no norte do país. – Somos capazes de enfrentar o Daesh sozinhos – disse Shaheen, quando questionado se os talebãs trabalhariam em conjunto com os Estados Unidos para conter os membros do Estado Islâmico. O Estado Islâmico tem sido responsável por vários ataques contra os muçulmanos xiitas do país, desde o seu aparecimento no leste do Afeganistão, em 2014. São também vistos como a maior ameaça para os Estados Unidos pela sua capacidade de atacar alvos norte-americanos.

Reunião em Doha

As reuniões em Doha são as primeiras entre forças talebãs e norte-americanas desde que os Estados Unidos abandonaram o Afeganistão, em agosto, apesar de os Estados Unidos terem afirmado que não são um primeiro passo para o reconhecimento do novo governo. As conversações surgem também depois de dois dias de difíceis discussões entre as autoridades paquistanesas e a vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman, em Islamabad, sobre o Afeganistão. O Paquistão apelou aos Estados Unidos para que façam um esforço de aproximação aos novos governantes do Afeganistão e pediu que libertassem milhões de dólares em fundos internacionais para evitar o colapso econômico do país. No decorrer das conversações em Doha, os EUA vão também tentar que os talebãs cumpram o compromisso de autorizar que cidadãos norte-americanos e outros estrangeiros deixem o Afeganistão, além de afegãos que trabalharam com as forças norte-americanas ou outros aliados afegãos, segundo um oficial norte-americano.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo