SP: juiz determina despejo de mais de 600 famílias em ocupação

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Publicado Terça, 10 de Agosto de 2021 às 11:20, por: CdB

Contra falta de moradia e revisão de Plano Diretor sem participação popular, manifestantes se reuniram na manhã desta terça-feira, em São Paulo. Em luta pelo direito à cidade, o protesto se realizou contra os despejos que vêm ocorrendo durante a pandemia.

Por Redação, com RBA - de São Paulo

Na noite de segunda-feira, o juiz Antônio Carlos Santoro Filho, da 11ª Vara Cível do Fórum de Santo Amaro, determinou o despejo de mais de 600 famílias de ocupação organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na região do Jardim Novo Horizonte, Zona Sul da cidade de São Paulo.
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Ocupação é formada por famílias despejadas durante a pandemia, agravada pelo desemprego explosivo, pela fome e pela falta absoluta de política habitacional
O terreno ocupado é uma Zona Especial de Interesse Social, segundo o Plano Diretor de São Paulo, e por isso deveria servir para habitação popular, mas estava abandonado há mais de 50 anos, em uma das áreas mais adensadas e pobres da cidade. A ocupação é formada por centenas de famílias despejadas durante a pandemia, agravada pelo desemprego explosivo, pela fome e pela falta absoluta de política habitacional. Apesar do longo tempo de abandono, a ordem de despejo que afeta mais de 600 famílias foi publicada em tempo recorde: uma hora após o pedido ser apresentado. “Além de desumana, a decisão é arbitrária e ilegal já que viola decisão do Supremo Tribunal Federal na ADPF 828. O MTST seguirá lutando na justiça e principalmente nas ruas para suspender o despejo”, afirmou em nota o movimento.

Protesto

Contra falta de moradia e revisão de Plano Diretor sem participação popular, manifestantes se reuniram na manhã desta terça-feira, em São Paulo. Em luta pelo direito à cidade, o protesto se realizou contra os despejos que vêm ocorrendo durante a pandemia, pela regularização fundiária de loteamentos e habitações, contra a obscura revisão do Plano Diretor e por mais dignidade humana e comida no prato dos paulistanos ainda mais vulneráveis no contexto da pandemia, dizem os organizadores. Preocupados com a necessidade de projetos e programas municipais que enfrentem a necessidade de habitação das famílias, o aumento da especulação imobiliária e o avanço das remoções judiciais e administrativas em São Paulo, grupos de favelas, ocupações, cortiços, população sem teto e pessoas engajadas em mutirões de habitação popular se manifestaram, no Centro da cidade. A caminhada teve como ponto de concentração o Largo São Bento, e foram rumo à prefeitura, passando pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab). Os manifestantes também exigiram o adiamento da revisão do Plano Diretor.
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