Safra da cana-de-açúcar tende ser menor nos próximos anos, diz expert

Arquivado em:
Publicado Quinta, 07 de Março de 2024 às 15:35, por: CdB

Chuvas fracas em março, abril e maio devem prejudicar a qualidade da cana que as usinas colherão no segundo semestre, disse Plinio Nastari, presidente da Datagro. Um período seco no início deste ano já forçou as usinas a adiar o início da colheita por algumas semanas.

Por Redação, com Bloomberg - de São Paulo
O Brasil deve colher menos cana-de-açúcar do que o esperado na safra que começa mês que vem, devido ao tempo seco que ameaça prejudicar o crescimento das lavouras.
cana-de-acucar.jpg
A distribuição da safra de cana-de-açúcar deste ano está comprometida pela seca dos rios, no Norte do país
Chuvas fracas em março, abril e maio devem prejudicar a qualidade da cana que as usinas colherão no segundo semestre, disse Plinio Nastari, presidente da Datagro. Um período seco no início deste ano já forçou as usinas a adiar o início da colheita por algumas semanas. A produtividade dos canaviais pode até parecer boa no início da safra, mas deve diminuir abruptamente mais tarde, disse Ulysses Carvalho, trader sênior da Sucden e expert no segmento. Isso porque as lavouras mais afetadas serão cortadas no final de 2023 e precisam de água agora para voltar a crescer.  

Açúcar

É um sinal preocupante para o mercado de açúcar bruto, em um momento em que a participação do Brasil nas exportações globais aumentou com as restrições de embarques da Índia, segundo maior produtor. Carvalho estima que no ano passado o Brasil foi responsável por 75% de todo o açúcar bruto comercializado no mundo. O país deverá ter menos açúcar para exportar a partir de outubro, que será um período crítico para os mercados porque uma colheita potencialmente fraca na Índia também pode agravar o déficit de oferta global, disse Ricardo Alves, trader sênior da Raízen. Estimativas de nove operadores e analistas compiladas pela agência norte-americana de notícias Bloomberg apontam para uma produção de cerca de 41 milhões de toneladas no Centro-Sul, 3% menor em relação ao ano anterior.  

Riscos

A previsão que mais foge do consenso é da Wilmar International, que recentemente previu que a produção do Brasil pode ficar entre 42,5 milhões e 44,5 milhões de toneladas. A empresa também surpreendeu operadores ao vender açúcar em um dos maiores embarques já visto para liquidar o contrato futuro de março. Embora o menor uso da cana para produção de etanol ajude a aliviar o impacto sobre a oferta de açúcar, os riscos climáticos podem desencadear novas revisões para baixos das previsões de safra, disse Guilherme Correia, trader da Louis Dreyfus. — Tudo o que acontecer no Brasil afetará os preços em Nova York, pois não prevemos nenhuma outra origem suprindo a demanda global — concluiu.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo