Publicado Quinta, 02 de Maio de 2019 às 10:46, por: CdB
Segundo Lavrov, Moscou espera que esse grupo em questão consiga atrair um apoio considerável de outros membros, já que o objetivo dessa mobilização é extremamente simples.
Por Redação, com Sputnik - de Moscou
A Rússia está criando um grupo de países na Organização das Nações Unidas a fim de conter os planos norte-americanos de uma possível intervenção na Venezuela, conforme anunciou nesta quinta-feira o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
Rússia cria grupo de países para neutralizar possível intervenção dos EUA na Venezuela
– Estamos mobilizando um grupo de países que, assim como nós, respeitam a Carta da ONU, para neutralizar esses planos – disse o chanceler ao ser questionado pela imprensa sobre a reação russa diante de uma possível invasão dos Estados Unidos à Venezuela.
Segundo Lavrov, Moscou espera que esse grupo em questão consiga atrair um apoio considerável de outros membros, já que o objetivo dessa mobilização é extremamente simples: "defender as normas e os princípios fundamentais do direito internacional, fixados na Carta da ONU".
No último dia 30, o líder opositor Juan Guaidó convocou a população venezuelana para um grande ato nas ruas de Caracas, a fim de tomar o poder das mãos do presidente Nicolás Maduro. Em seu chamado, Guaidó declarou que estaria respaldado pelo apoio de uma parte importante das Forças Armadas, o que se revelou inverídico. Tais ações elevaram o clima de tensão no país sul-americano, levando a duros confrontos que, até o momento, já deixaram ao menos quatro mortos, 230 feridos e 205 detidos, segundo um escritório local de defesa dos direitos humanos.
Guaidó
Após a tentativa fracassada de derrubar o governo de Nicolás Maduro, o opositor venezuelano Juan Guaidó "agora vale mais morto que vivo não apenas para a CIA", mas também "para sua própria gente da oposição", disse o analista Daniel McAdams.
O diretor executivo do Instituto Ron Paul para a Paz e a Prosperidade, Daniel McAdams, falou no programa Liberty Report sobre as tentativas fracassadas de Guaidó de derrubar o governo de Nicolás Maduro com a ajuda de Washington. Paul tem estado preocupado com a possibilidade de que o país latino-americano mergulhe em uma onda de violência em grande escala em caso de qualquer provocação.
– Se houver uma [operação de] bandeira falsa ou se matarem algum funcionário importante de algum dos lados, não é possível dizer o que poderia acontecer –alertou Ron Paul.
O especialista apontou que o próprio Guaidó, com seu histórico de não ter conseguido mobilizar o protesto contra o governo de Maduro, poderia ser alvo desse tipo de provocação.
McAdams explicou que o líder da oposição "tem sido uma espécie de figura desventurada até agora", no sentido em que "chama a protestos em massa e ninguém aparece".
– Não acredito que neste momento ele se dê conta que, na realidade, agora ele vale mais morto do que vivo, não só para a CIA, mas também para sua própria gente da oposição – advertiu o diretor.
Em 30 de abril, o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país, lançou a chamada Operação Liberdade para retirar Nicolás Maduro do poder. Em um vídeo publicado no Twitter, Guaidó aparece ao lado de militares e do líder oposicionista Leopoldo López, que estava preso desde 2014 e foi libertado pelos rebeldes, na base aérea de La Carlota, em Caracas. Guaidó pede uma "luta não violenta", diz ter os militares do seu lado e afirma que "o momento é agora".Maduro, por sua vez, afirmou que os principais comandantes militares mantêm a lealdade ao seu governo e pediu a "máxima mobilização popular para assegurar a vitória da paz".