Rússia e Ucrânia chegam a acordo sobre gás

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Publicado Quarta, 04 de Janeiro de 2006 às 08:37, por: CdB

A Rússia e a Ucrânia chegaram a um acordo na quarta-feira a respeito do fornecimento de gás natural, em meio a uma disputa que afetou por dois dias o suprimento do produto para a Europa e que levantou dúvidas sobre a confiabilidade dos russos como uma fonte segura de energia. O acordo surgiu horas antes de a União Européia (UE) realizar negociações de emergência para discutir sua preocupação sobre o suprimento de combustíveis, entre os quais o material vindo da Rússia, que é também o segundo maior exportador de petróleo do mundo.

O fim da desavença diminuiu as tensões entre os dois vizinhos antes pertencentes à União Soviética e que chegou a seu ápice no Ano Novo, quando a empresa estatal russa Gazprom, que controla o gás do país, suspendeu o envio do produto para a Ucrânia a fim de impor a quadruplicação do preço dele. O acordo também deve tranquilizar os consumidores europeus, que compram da Rússia um quarto do gás que gastam,  depois de eles terem sido atingidos por uma queda no fornecimento do combustível, enviado à região por meio de gasodutos que cortam o território ucraniano.

Segundo  o presidente-executivo da Gazprom, Alexei Miller, em uma entrevista coletiva concedida em Moscou depois de negociações com autoridades da Ucrânia, os dois países envolvidos chegaram a um acordo final e esse acordo garantirá o fornecimento estável para a Europa. Não foram divulgados muitos detalhes sobre o novo acerto, mas Miller disse que ele valeria por cinco anos, estaria em vigor a partir de 1o. de janeiro e teria por base um preço de 230 dólares por 1.000 metros cúbicos de gás. Esse preço significa um grande aumento em relação ao valor cobrado anteriormente, de 50 dólares por 1.000 metros cúbicos, e que é herança do regime soviético de preços subsidiados.

Mas Oleksiy Ivchenko, chefe da Naftogas (estatal de energia da Ucrânia), disse na mesma entrevista coletiva que, levando em conta o preço do combustível fornecido pelo Turcomenistão e pelo Cazaquistão, os ucranianos pagariam 95 dólares por 1.000 metros cúbicos do produto. Outro ponto importante do acordo para os grandes consumidores como a Alemanha, a França e a Itália é que os dois lados concordaram em aumentar as taxas pagas pela Rússia para transportar o gás através da Ucrânia, já que 80% do gás russo bombeado para a Europa segue essa rota. Em meio à crise, os EUA e a UE mostraram-se preocupados com a possibilidade de a Rússia estar usando seu gás como uma arma para punir o presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, um político pró-Ocidente que subiu ao poder em 2004.

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