Publicado Segunda, 16 de Setembro de 2019 às 07:22, por: CdB
A Rússia pediu nesta segunda-feira aos países do Oriente Médio e de fora da região que não tirem “conclusões precipitadas” sobre quem realizou os ataques.
Por Redação, com Reuters - de Moscou/Dubai/Londres
A Rússia pediu nesta segunda-feira aos países do Oriente Médio e de fora da região que não tirem “conclusões precipitadas” sobre quem realizou os ataques a instalações petrolíferas da Arábia Saudita.
Fumaça em instalação da Aramco em Abqaiq, na Arábia Saudita
Uma importante autoridade do governo norte-americano disse no domingo que as evidências do ataque, que atingiu a maior instalação de processamento de petróleo do mundo, indicaram que o Irã está por trás da ação, em vez do grupo iemenita houthi que assumiu a responsabilidade.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse no domingo que os Estados Unidos estão preparados para uma possível resposta ao ataque às instalações de petróleo da Arábia Saudita.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, questionado sobre a declaração dos EUA, disse: “Temos uma atitude negativa em relação ao aumento das tensões na região e pedimos a todos os países da região e de fora dela que evitem medidas ou conclusões precipitadas que possam aprofundar a desestabilização”.
Ataques
Em comunicado separado na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse acreditar que a troca de ataques contra alvos civis era “uma consequência direta da forte crise política e militar no Iêmen”.
“Acreditamos que é contraproducente usar o que aconteceu para aumentar as tensões em torno do Irã, em consonância com a bem conhecida política dos EUA”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.
“Propostas de ações retaliatórias difíceis, que parecem ter sido discutidas em Washington, são ainda mais inaceitáveis”.
Opep diz ser cedo para qualquer ação após ataque
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está avaliando o impacto no mercado de petróleo do ataque a instalações da Arábia Saudita, e considera muito cedo para os membros da entidade tomarem medidas para aumentar a produção ou a convocarem uma reunião, disseram o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos e outras fontes.
O petróleo disparou nesta segunda-feira para quase US$ 72 o barril, registrando seu maior ganho percentual intradia desde a Guerra do Golfo em 1991, depois que um ataque no sábado paralisou a produção de mais de 5 milhões de barris por dia (bpd), ou mais de 5% da oferta global.
O ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail al-Mazrouei, disse que o país é capaz de aumentar a produção para lidar com qualquer interrupção no fornecimento, mas que ainda é muito cedo para convocar uma reunião de emergência da Opep.
– Temos capacidade de reposição. Existem volumes que podemos liberar como uma reação instantânea – disse Mazrouei a repórteres em Abu Dhabi, nesta segunda-feira.
Se a Arábia Saudita convocar uma reunião de emergência da Opep, “vamos lidar com isso”, disse ele.
O secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, discutiu o mercado de petróleo com o chefe da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, nesta segunda-feira, após o ataque a instalações de petróleo sauditas, disse uma fonte da Opep à agência inglesa de notícias Reuters.
Os dois expressaram sua satisfação pelo fato de “a situação ter sido controlada pelas autoridades sauditas”, e concordaram em continuar monitorando o mercado e mantendo contato regular nos próximos dias, disse a fonte da Opep.
Com os estoques mundiais de petróleo abundantes e sem sinais de escassez, a Opep não precisa discutir formalmente nenhuma ação por enquanto, disseram duas outras fontes da Opep.
“Ainda é cedo para falar sobre isso”, disse um deles.