O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, sabia que o Iraque não tinha armas de destruição em massa prontas para atacar em 45 minutos, alega o ex-ministro das Relações Exteriores britânico, Robin Cook.
Antes do início da guerra, Blair admitira privadamente que Saddam Hussein não tinha armas que apresentassem um "perigo real e presente", disse Cook.
Segundo ele, Blair parecia preparado para ir à guerra, independentemente de qualquer progresso feito pelos inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU).
O governo disse que as alegações - feitas no novo livro de Cook, que tem trechos reproduzidos no jornal Sunday Times - são "absurdas".
'Motim'
Cook disse que ficou claro que o primeiro-ministro não considerava que as armas do Iraque fossem uma ameaça iminente quando eles conversaram duas semanas antes do começo da guerra.
Seu livro é baseado em diários que ele manteve durante o período tenso que antecedeu o conflito.
Nos trechos do livro publicados pelo jornal Sunday Times, Cook também diz que o chefe do Comitê Conjunto de Inteligência, John Scarlett, "concordou" quando ele sugeriu que o Iraque não tinha armas de destruição em massa que pudessem atingir grandes cidades.
Ele alega ainda que um "grande número de ministros" falou no gabinete contra o envolvimento britânico na operação militar liderada pelos Estados Unidos.
Foi a coisa mais próxima de um "motim" que ele viu desde que Balir assumiu o governo, disse Cook, que deixou seu posto no gabinete em março, em protesto contra a perspectiva de intervenção militar.
'Conhecido'
As alegações foram descartadas pelo governo.
Um porta-voz na sede do governo, em Downing Street, disse que "a idéia que o primeiro-ministro tenha dito que Saddam Hussein não tinha armas de destruição em massa é absurda".
"Sua opinião sempre foi consistente, tanto em público quanto reservadamente, e seus colegas de gabinete sabem".
"A opinião de Robin Cook é bem conhecida e já foi manifestada muitas vezes antes."