Reunião do BRICS tende a apressar abandono do dólar no comércio mundial

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Publicado Segunda, 03 de Julho de 2023 às 15:22, por: CdB

Recentemente, o professor e economista Richard Wolff disse que a expansão do grupo de países BRICS de economias emergentes coincidiu com a perda de domínio do dólar norte-americano como moeda de reserva e comércio mundial e que as duas tendências estão interligadas.


Por Redação, com agências internacionais - de Londres, Nova York (NY-EUA) e São Paulo

Os países do grupo formado por Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul (BRICS) tendem a acelerar o processo de abandono do dólar como moeda de reserva, caso seja criado um meio circulante único entre estas nações e outras que vierem a integrar o bloco econômico. A análise é da economista Claire Bargelès, em artigo publicado no diário econômico francês Les Echos, nesta segunda-feira.

Domínio


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O yuan chinês ganha o espaço do dólar em um mercado cada vez maior, ao redor do globo


A jornalista observa que um dos principais temas da cúpula do BRICS na África do Sul, que está planejada para 22- 24 de agosto, será a criação de uma moeda única.

"Este grupo de cinco países representa mais de 40% da população mundial, quase um quarto do PIB mundial e 18% do comércio mundial. Isto é suficiente para ter ambições monetárias com vista a proteger um mundo multipolar no qual os EUA não dominarão e, em geral, o domínio ocidental será uma coisa do passado", escreveu Bargelès.

Segundo ela, o BRICS está estudando outras maneiras de reduzir a dependência do dólar dos EUA, incluindo o aumento do comércio em moedas locais. Além disso, a possível expansão desta organização interestatal por meio de adesão de outros países poderia dar um "impulso inesperado" ao processo.

Reserva


Recentemente, o professor e economista Richard Wolff disse que a expansão do grupo de países BRICS de economias emergentes coincidiu com a perda de domínio do dólar norte-americano como moeda de reserva e comércio mundial e que as duas tendências estão interligadas. A ascensão do BRICS tem diretamente a ver com o declínio do dólar americano.

Ao longo deste ano, o real já acumula alta de 9,76% em relação ao dólar. O valor máximo foi registrado no dia 3 de janeiro, quando a cotação do dólar atingiu R$ 5,46. Já a mínima foi de R$ 4,76 no dia 21 de junho. A cotação média da divisa americana no período foi de R$ 5,07. Neste ano, a moeda brasileira ocupa a posição número 3 em uma cesta das 23 moedas de mercados emergentes com maior valorização.

Já o Ibovespa caiu 0,25% no fechamento da última sexta-feira, negociado aos 118.382,65 pontos, e abriu em alta nesta segunda-feira de 1,1%, aos 119.662 pontos. O dólar, por sua vez, era negociado a R$ 4,78, com queda de 0,14% no mesmo horário.

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