Relatório da ONU pede ao governo afegão fim das execuções públicas

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Publicado Segunda, 08 de Maio de 2023 às 12:06, por: CdB

Nos últimos seis meses, 274 homens, 58 mulheres e dois meninos foram açoitados publicamente no país, de acordo com relatório da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão.


Por Redação, com RTP - de Kiev


Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta segunda-feira, pediu ao governo afegão que ponha fim às execuções públicas, criticando a realização de apedrejamentos e açoitamentos em público desde que os talebãs subiram ao poder.




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Pedido foi feito em relatório da ONU

Nos últimos seis meses, 274 homens, 58 mulheres e dois meninos foram açoitados publicamente no país, de acordo com relatório da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama, na sigla em inglês).


– O castigo corporal é uma violação da Convenção contra a Tortura e deve terminar – disse a chefe de Direitos humanos da Unama, Fiona Frazer, que pediu também a suspensão imediata das execuções.


O Ministério dos Negócios Estrangeiros talebã disse, em resposta, que as leis do Afeganistão são determinadas de acordo com as regras e diretrizes islâmicas e que a esmagadora maioria dos afegãos segue essas normas.



Leis do Afeganistão


"No caso de um conflito entre a lei internacional de direitos humanos e a lei islâmica, o governo é obrigado a seguir a lei islâmica", afirmou o ministério em comunicado.


Houve um aumento significativo no número e na regularidade dos castigos corporais impostos pela Justiça desde novembro, acrescentou.


Neste mês, o principal porta-voz do governo, Zabihullah Mujahid, repetiu, no Twitter, comentários do líder supremo dos talebãs, o mullah Hibatullah Akhundzada, sobre juízes e a forma como aplicam a lei islâmica.


Desde então, a Unama notificou ao menos 43 casos de chicotadas públicas envolvendo 274 homens, 58 mulheres e dois meninos.


A maioria das punições era relacionada a condenações por adultério e "fuga de casa", observou o relatório. Outros supostos delitos incluíam roubo, homossexualidade, consumo de álcool, fraude e tráfico de drogas.


Em mensagem de vídeo, o procurador-geral adjunto nomeado pelos talebãs, Abdul Malik Haqqani, disse, na semana passada, que o Tribunal Supremo afegão tinha emitido 175 sentenças desde que assumiu o poder, incluindo 79 açoitamentos e 37 apedrejamentos.


Estes vereditos estabelecem o direito de suposta vítima, ou parente de vítima de um crime, de punir ou perdoar o criminoso. Haqqani garantiu que a liderança talibã está empenhada em cumprir essas sentenças.



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