Recessão alemã ainda está próxima, alerta instituto econômico

Arquivado em:
Publicado Terça, 24 de Setembro de 2019 às 09:02, por: CdB

A economia da Alemanha, com dependência de exportações, está sofrendo com um crescimento global mais lento e incerteza nos negócios causada pelas políticas comerciais ‘América Primeiro’ de Trump.

Por Redação, com Reuters - de Berlim O sentimento em relação aos negócios na Alemanha subiu em setembro pela primeira vez em seis meses, mas a maior economia da Europa provavelmente ainda está entrando em recessão, à medida que a guerra comercial e o Brexit prejudicam o país, disse o instituto econômico Ifo nesta terça-feira.
Angela-Merkel1-1.png
O índice de clima de negócios do Ifo subiu para 94,6 em setembro, de 94,3 em agosto, quebrando um ciclo de cinco quedas consecutivas
O índice de clima de negócios do Ifo subiu para 94,6 em setembro, de 94,3 em agosto, quebrando um ciclo de cinco quedas consecutivas. A leitura de setembro superou uma previsão de consenso de 94,4. “A crise está dando uma pausa”, disse o presidente do Ifo, Clemens Fuest, em comunicado. Mas ele acrescentou: “No setor manufatureiro, o clima de negócios tem apenas uma direção: para baixo”. A economia da Alemanha, com dependência de exportações, está sofrendo com um crescimento global mais lento e incerteza nos negócios causada pelas políticas comerciais ‘América Primeiro’ do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pela saída planejada, mas atrasada, do Reino Unido da União Europeia (UE). O índice de condições atuais do Ifo subiu para 98,5, ante 97,4 em agosto, mas o índice de expectativas caiu para 90,8, em relação a 91,3. O economista do Ifo Klaus Wohlrabe disse que a economia alemã deve recuar novamente no terceiro trimestre. Isso a colocaria em recessão —geralmente definida como um período de pelo menos dois trimestres consecutivos de contração —, depois de o PIB alemão ter encolhido 0,1% no segundo trimestre. “Este não é o começo de uma mudança de tendência”, disse Wohlrabe sobre a leitura geral mais firme do sentimento desta terça-feira. “A desaceleração está apenas dando um tempo”, disse ele à Reuters, acrescentando que não há sinais de melhora na indústria alemã. Falando imediatamente após a divulgação dos dados do Ifo, o ministro da Economia da Alemanha, Peter Altmaier, disse que a dinâmica de crescimento do país se deteriorou, mas insistiu: “Não estamos em recessão”. Boa parte do futuro da economia alemã está ligada a fatores fora de seu controle: crescimento global mais fraco, desenvolvimentos no conflito comercial EUA-China e a questão de saber se o Reino Unido pode conseguir uma saída ordenada da União Europeia. Zona do Euro O crescimento da atividade de negócios na zona do euro estagnou neste mês, mostrou uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira, prejudicado pelo encolhimento da atividade na Alemanha, onde uma recessão na indústria se intensificou inesperadamente. Os resultados da pesquisa desta segunda-feira vieram menos de duas semanas depois que o Banco Central Europeu (BCE) prometeu estímulo indefinido para reviver a economia do bloco de 19 países. A leitura preliminar do Índice de Gerentes de Compras (PMI) da zona do euro, do IHS Markit —visto como um bom guia para a saúde econômica— sinaliza que é necessário apoio à atividade frágil. O PMI caiu de 51,9 em agosto para 50,4 em setembro e ficou abaixo de todas as previsões em uma pesquisa da Reuters, que previa uma leitura de 51,9. O dado ficou um pouco acima da marca de 50 que separa crescimento da contração.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo