Racismo prolifera na Região Sul, onde negros ainda são escravizados

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Publicado Domingo, 26 de Fevereiro de 2023 às 12:39, por: CdB

O caso ocorreu em 2013, mas o desfecho foi publicado no Diário Oficial da Justiça (D.O.J.) na quinta-feira. Segundo a denúncia do Ministério Público, o autor divulgou em de março de 2013 link que direcionava o usuário para a página de um site de vendas online. No anúncio, ele oferecia um homem negro como escravo para a venda. 


Por Redação - de Porto Alegre

Na Região Sul do país, onde Estados como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná foram colonizados por europeus, um homem de 29 anos — que teve o nome omitido na divulgação do fato — teve a pena abrandada pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região por anunciar a venda de um homem negro como escravo, nas redes sociais. O condenado é morador de Irati, nos Campos Gerais do Paraná, e em lugar de permanecer preso por um ano, precisará apenas prestar 365 horas de serviços comunitários.

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Os trabalhadores foram aliciados, na Bahia, com promessas de carteira assinada e moradia digna


O caso ocorreu em 2013, mas o desfecho foi publicado no Diário Oficial da Justiça (D.O.J.) na quinta-feira. Segundo a denúncia do Ministério Público, o autor divulgou em de março de 2013 link que direcionava o usuário para a página de um site de vendas online. No anúncio, ele oferecia um homem negro como escravo para a venda.

 “Negro Africano Legítimo. Único Dono. Bom Estado de Saúde. Serviços. Animais. Transporte. Alguém precisa de um… UM ESCRAVO. Baratinho. Único Dono”, dizia o anúncio. De acordo com a promotoria, o acusado e a vítima se conheciam de um grupo de jovens da igreja.

Escravos


Ainda neste domingo, na mesma região do país, subiu de 180 para 207 o número de trabalhadores resgatados de situação análoga à escravidão, em Bento Gonçalves, na serra gaúcha. A maioria oriunda da Bahia. Eles foram aliciados com promessas de carteira assinada e boas condições de trabalho e remuneração por empresa que fornecia trabalho terceirizado para vinícolas da região.

Em lugar das promessas, no entanto, os trabalhadores recebiam comida estragada, ficavam em alojamentos ruins e eram obrigados a trabalhar 15 horas por dia, tendo de comprar produtos superfaturados num mercado indicado pelos patrões. Acabavam devendo mais do que recebiam. Foram apreendidas armas de choque elétrico e spray de pimenta na operação. As famílias dos trabalhadores, na Bahia, também eram ameaçadas caso houvesse denúncia.

Além da Vinícola Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton, outros 23 produtores rurais utilizavam os serviços da empresa terceirizadora, porém os nomes dos réus também não foram divulgados. A ação foi coordenada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT); pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/RS); Polícia Rodoviária Federal (PRF); Polícia Federal (PF) e Secretaria de Assistência Social do município de Bento Gonçalves.

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