Questão religiosa provoca debates no PT e no governo Lula

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Publicado Terça, 02 de Janeiro de 2024 às 19:01, por: CdB

Principal centro de estudos ligado ao PT, a Fundação Perseu Abramo planeja estruturar, ainda este ano, um núcleo dedicado ao estudo do fenômeno que consegue reunir pessoas de extratos sociais distintos, principalmente na camadas medianas, temas religiosos e a relação do partido com a religiosidade. Embora todas as religiões sejam objeto de análise do novo núcleo, os evangélicos receberão atenção redobrada.


Por Redação - de Brasília

O domínio da direita e mesmo da ultradireita junto a um eleitorado expressivo e radicalizado tem sido motivo de debates entre os organismos partidários e, em especial, no Partido dos Trabalhadores (PT). A legenda chegou ao governo em uma eleição apertada e, há um ano, ainda encontra um eleitorado dividido.

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A maioria dos evangélicos tornou-se radicalizada com o discurso da ultradireita


Principal centro de estudos ligado ao PT, a Fundação Perseu Abramo planeja estruturar, ainda este ano, um núcleo dedicado ao estudo do fenômeno que consegue reunir pessoas de extratos sociais distintos, principalmente na camadas medianas, temas religiosos e a relação do partido com a religiosidade. Embora todas as religiões sejam objeto de análise do novo núcleo, os evangélicos receberão atenção redobrada.

 

Extrema direita


Os Núcleos de Acompanhamento de Políticas Públicas (NAPPs) são os grupos se dedicam a temas como economia, segurança, agricultura, educação, saúde e, agora, também sobre a questão dos segmentos radicalizados pela extrema direita junto aos protestantes e neopentecostais.

— Precisamos dar uma atualizada no comportamento dos religiosos no Brasil, refletir sobre o que pensam e como podem se relacionar conosco — disse ao site de notícias Brasil de Fato (BdF) o presidente da Fundação, Paulo Okamotto.

Segundo afirmou, há uma compreensão no partido quanto à Igreja Católica, e não tão boa com relação aos evangélicos. A ideia é produzir estudos e pesquisas e dar sugestões sobre como se relacionar com o segmento.

— Existem diversos pentecostais e neopentecostais que simpatizam com o PT e pertencem ao partido — acrescentou.

 

Resistência


A orientação para que se multipliquem os esforços para compreender os anseios de parte da população brasileira que, hoje, serve como esteio aos atos golpistas partiu do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu conselhos de seus assessores para intensificar o relacionamento com os evangélicos, um eleitorado que se tornou fiel ao bolsonarismo.

Enquanto líderes religiosos desse segmento expressam a necessidade de maior atenção do presidente, fontes no governo têm dito nos bastidores que Lula pensa estabelecer um diálogo mais próximo com tais setores, em especial neste ano, com foco nas eleições municipais de outubro.

Pesquisas internas conduzidas pelo Palácio do Planalto, às quais a reportagem do Correio do Brasil teve acesso, revelam que os evangélicos figuram entre os grupos que mais rejeitam o presidente, sua gestão e o governo como um todo. Apesar da resistência inicial, o presidente parece inclinado a atender a esses apelos e se envolver mais diretamente, possivelmente revertendo a rejeição. O presidente, no entanto, demonstra ser completamente avesso a "usar a religião” em questões mundanas como é a política eleitoral.

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