Protestos reprimidos com violência marcam o apagão no Amapá

Arquivado em:
Publicado Domingo, 08 de Novembro de 2020 às 13:39, por: CdB

Em Remédios II, no município de Santana, a 20 quilômetros de Macapá, a manifestação foi reprimida com violência pela tropa de choque do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar. Os manifestantes foram dispersados com tiros de borracha e cassetetes após o bloqueio com fogo e pneus em uma das vias de acesso à cidade.

Por Redação, com agências locais - de Macapá
Há uma semana sem energia elétrica, a totalidade das cidades do Amapá enfrentam as dificuldades para obter água, comida, sob enxames de mosquitos e bombas de efeito moral nas ruas da capital Macapá. Revoltados com o apagão, moradores dos bairros das periferias realizam uma série de manifestações nas últimas 48 horas.
apagao-amapa.jpg
O apagão no Amapá teve início após o incêndio em uma subestação de energia, na terça-feira
Em Remédios II, no município de Santana, a 20 quilômetros de Macapá, a manifestação foi reprimida com violência pela tropa de choque do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar. Os manifestantes foram dispersados com tiros de borracha e cassetetes após o bloqueio com fogo e pneus em uma das vias de acesso à cidade, de cerca de 120 mil habitantes. Na véspera, após cinco dias de crise, o governo federal anunciou a retomada do abastecimento de 65% da energia, com um sistema de rodízio, mas nem conseguiram resolver, com relatos neste domingo de instabilidade nos centros mais populosos. A Justiça obrigou, em decisão divulgada nesta manhã, o restabelecimento da energia no Estado em até três dias.

Escalada

A falta de energia ocorre desde que uma subestação de energia pegou fogo, na terça-feira, o que deu origem ao apagão. Por ordem do governo estadual, a polícia amapaense fez uso do choque contra os atos, que não têm lideranças definidas. Nos dias anteriores, houve manifestações menos tensas em São José, Pedrinhas e Muca. Todos são bairros de população de baixa renda na região sul de Macapá. A queixa mais comum nas ruas dos bairros é sobre a impossibilidade de usar ventiladores e ar-condicionado. Com isso, os carapanãs, infernais mosquitos borrachudos da Amazônia, aproveitam as janelas abertas para tornar as noites quentes ainda mais desesperadoras. Policiais confidenciaram a jornalistas, ao longo do dia, preocupação com a escala das revoltas, caso a situação não volte ao normal nas próximas horas.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo