Protesto em Copacabana cobra respostas sobre desaparecimento de Amarildo

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Publicado Quinta, 13 de Julho de 2023 às 14:59, por: CdB

O ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza desapareceu entre os dias 13 e 14 de julho de 2013, após ter sido detido por policiais militares e conduzido, da porta de sua casa, na Favela da Rocinha, Zona Sul do Rio, em direção à sede da Unidade de Polícia Pacificadora do bairro.


Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro


Dez anos depois da morte e desaparecimento de Amarildo Dias de Souza, a organização não governamental (ONG) Rio de Paz realizou uma manifestação nesta quinta-feira, em frente ao Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Os manifestantes cobraram do governo do Estado do Rio de Janeiro a responsabilização pelo desaparecimento de Amarildo e explicações sobre os demais desaparecidos no estado que, de acordo com a ONG, chegam a 5 mil por ano.




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Protesto marcou os dez anos da morte do ajudante de pedreiro

– Assassinato seguido de ocultação de cadáver é algo que faz parte do cotidiano do estado do Rio de Janeiro – disse o fundador da Rio de Paz, Antonio Carlos Costa. “Estamos perante um escândalo, agentes do poder público matam um cidadão brasileiro, ocultam o seu corpo e vivemos em uma cidade tomada de cemitérios clandestinos. É a barbárie. Como não protestar?”, acrescentou.


Segundo Costa, é necessário não apenas um posicionamento do estado em relação aos casos específicos, mas mudanças efetivas na política de segurança.


O ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza desapareceu entre os dias 13 e 14 de julho de 2013, após ter sido detido por policiais militares e conduzido, da porta de sua casa, na Favela da Rocinha, Zona Sul do Rio, em direção à sede da Unidade de Polícia Pacificadora do bairro. De acordo com a Justiça, ele foi torturado e morto por policiais e seu corpo nunca foi encontrado.



Policiais foram processados


Ao todo, 25 policiais foram processados. Um deles morreu antes da decisão, e 12 foram condenados pelo sequestro, tortura, morte e ocultação do cadáver de Amarildo. Nenhum está preso e seis seguem trabalhando na polícia.


– Essa data marca para a família do Amarildo um constrangimento porque são10 anos do desaparecimento do Amarildo, dez anos que a gente está esperando a resposta da Justiça e a Justiça não dá resposta para a família, e 10 anos que sumiu a ossada do Amarildo. Nós não enterramos o corpo dele – disse a viúva Elizabete Gomes da Silva.


No ato, 10 manequins cobertos por um tecido branco foram expostos na areia da Praia de Copacabana, cartão-postal da cidade do Rio. Os manequins lembram os dez anos sem reposta pelo desaparecimento de Amarildo e também o número de desaparecidos por semana em todo o estado.


Também nesta quinta, às 20h, a Rio de Paz lançou o documentário Cadê Você?, que conta a história de Amarildo, da família e também de outras pessoas que passaram e ainda passam pela mesma situação.




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