Investigação que já durava sete anos é encerrada. Reino Unido diz que Assange será preso se deixar embaixada do Equador por não ter se apresentado à Justiça britânica
Por Redação, com DW - de Londres:
Promotores da Suécia anunciaram nesta sexta-feira que encerraram uma investigação preliminar da acusação de estupro contra o fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, acabando com um impasse que já durava sete anos. A procuradora-chefe Marianne Ny afirmou que decidiu "descontinuar a investigação" porque não vê chances de prendê-lo.
Segundo Ny, a permanência de Assange na embaixada do Equador impediu a execução do pedido de extradição e agora não é mais possível realizar a transferência em tempo "razoável". Diante da impossibilidade de Assange comparecer perante a Justiça sueca, não faz sentido manter a investigação, argumentou.
Suécia
Ny acrescentou que, se Assange retornar à Suécia antes de o caso expirar, em agosto de 2020. A investigação poderá ser retomada. Ela lamentou não poder prosseguir o inquérito e disse que a decisão de interrompê-lo não implica qualquer tipo de julgamento sobre a culpa do acusado.
Assange, de 45 anos, vive na embaixada do Equador em Londres desde 2012. Depois de solicitar asilo ao país sul-americano para evitar extradição para a Suécia por causa da acusação de estupro, que ele nega.
O australiano temia que, da Suécia, pudesse ser extraditado para os Estados Unidos. Onde acabaria sendo julgado pelo vazamento de milhares de documentos confidenciais.
O Reino Unido afirmou que Assange continua sendo procurado pela Justiça britânica por não ter se apresentado para extradição e que será detido se deixar a embaixada do Equador. O Reino Unido também se negou a informar se recebeu um pedido de extradição dos Estados Unidos.
Assange foi ouvido em novembro passado por um promotor sueco. Ele voltou a negar a acusação de estupro, feita por duas mulheres, e disse que o sexo foi consensual.