Rio de Janeiro, 18 de Setembro de 2024

Pressionada pelo Ocidente, China reforça parcerias com o Sul Global

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Segunda, 26 de Agosto de 2024 às 22:10, por: CdB

O projeto, liderado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Rio Claro, com participação da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), e pela Beijing Normal University, tem como objetivo analisar a influência da variabilidade climática e de eventos extremos.

Por Redação – de São Paulo

Diante um aumento generalizado nas taxas de importação dos produtos chineses nos países mais desenvolvidos, principalmente nos EUA, Canadá e União Europeia, o governo chinês tem ampliado parcerias com os países do chamado Sul Global, entre eles o Brasil. Pesquisadores do Brasil e da China têm avançando em uma colaboração internacional para investigar os impactos das mudanças climáticas em ecossistemas tropicais dos dois países, dentre eles a Caatinga, em um esforço gigantesco diante da iminente tragédia global causada pelas altas temperaturas do planeta.

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A biodiversidade da Caatinga é bastante estudada justamente por incluir espécies adaptadas às condições do Semiárido

O projeto, liderado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Rio Claro, com participação da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), e pela Beijing Normal University, tem como objetivo analisar a influência da variabilidade climática e de eventos extremos, como o El Niño, na fenologia vegetal e suas implicações para a biodiversidade.

Dividido entre as instituições dos dois países, o projeto tem a UNESP Rio Claro liderando as atividades no Brasil, enquanto a Beijing Normal University coordena a pesquisa na China. A iniciativa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

 

Estudo

A  atuação da Embrapa Semiárido se concentra em dois aspectos: o primeiro é  analisar o impacto de eventos climáticos extremos, como secas severas, na vegetação da caatinga. O segundo envolve o estudo das diferentes escalas espaciais e temporais aplicáveis ao monitoramento da vegetação.

— Estamos avaliando as interações do clima com a vegetação a partir de diversas tecnologias — explica Magna Moura, pesquisadora da Embrapa.

No Campo Experimental da Caatinga, em Petrolina, uma torre de referência que mede fluxos de carbono, água, radiação, precipitação e umidade do solo, dentre outros parâmetros ambientais, conta com uma câmera fenológica acoplada, que observa diariamente as respostas das plantas às variações do tempo e do clima.

— Esse monitoramento é complementado com imagens de drone, que ampliam a área de observação para cerca de cinco hectares, e de satélites como o Landsat e o MODIS, que oferecem uma visão mais ampla, com resoluções entre 30 e 500 metros — acrescenta Moura.

 

Biomas

O projeto combina esses dados da Caatinga com informações de outras regiões do Brasil e da China, permitindo uma análise mais abrangente dos impactos climáticos.

A coordenadora do projeto no Brasil, a pesquisadora Patrícia Morellato, da UNESP, por sua vez, ressalta que; além da Caatinga, o estudo também abrange a análise dos efeitos dos eventos climáticos na dinâmica foliar e na resposta da vegetação do Cerrado. 

— Estamos vendo um aumento de secas extremas e chuvas intensas em várias regiões. Esse projeto nos oferece uma oportunidade única de avaliar a adaptação e a resiliência da vegetação brasileira e entender como as espécies desses dois biomas estão reagindo a esses eventos extremos — conclui Morellato.

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