Publicado Quinta, 05 de Setembro de 2019 às 09:42, por: CdB
Campos Neto disse que o crescimento econômico está aquém do que gostaria, com uma recuperação pequena sendo vista na margem.
Por Redação, com Reuters - de Brasília
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira que a inflação está sob controle e bem ancorada e afirmou ainda que o BC cortou a Selic em julho já vendo espaço para queda adicional.
- (A) inflação está sob controle, temos inflação bem ancorada no curto, médio e longo prazos - disse.
Presidente do BC disse que o crescimento econômico está aquém do que gostaria, com uma recuperação pequena sendo vista na margem.
Quanto ao dólar, Campos Neto afirmou, em evento pelo Americas Society/Council of The Americas, “que as intervenções cambiais funcionam como mecanismo de estabilidade no mercado de câmbio”.
Ele voltou a avaliar que o Brasil tem posição “bastante sólida” na parte externa, enfatizando a importância da posição cambial líquida detida pelo país, que considera ser a medida adequada de proteção efetiva.
A recente disparada do dólar e o posterior reforço do BC nas intervenções cambiais levantaram dúvidas no mercado sobre se a valorização da moeda norte-americana poderia estar incomodando o BC a ponto de limitar espaço para cortes de juros.
Quando reduziu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual no fim de julho o BC indicou que via espaço para afrouxamento monetário adicional, em meio à fraqueza econômica, inflação bem comportada e avanço da reforma da Previdência.
A próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será tomada no dia 18 deste mês.
- A taxa de juros (está) em 6%, iniciamos um processo de queda, mas não vou falar muito da parte de política monetária porque acho que todos têm acompanhado - disse.
- Na última comunicação caímos os juros em 50 pontos básicos embutindo espaço para uma queda adicional - acrescentou.
Crescimento aquém
O presidente do BC disse que o crescimento econômico está aquém do que gostaria, com uma recuperação pequena sendo vista na margem. Mas ressaltou ver melhora adiante.
- Acho que é importante olhar média móvel um pouco mais de longo prazo. Nós acreditamos que estamos passando pelo pior momento e vamos começar a crescer no segundo semestre, mais provavelmente no quarto trimestre - disse.
Sobre as pautas do BC, ele disse que já há um projeto pronto para hedge cambial, medida que deve ajudar a impulsionar o financiamento à infraestrutura no país. Ele também afirmou que o BC segue perseguindo a diminuição do custo do crédito em várias frentes.