Preços mais altos pressionam orçamento de famílias pobres

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Publicado Quinta, 24 de Junho de 2021 às 12:28, por: CdB

Embora a inflação atinja todas as famílias, o impacto maior recai sobre as pessoas mais carentes. Isso ocorre justamente porque produtos básicos - como alimentos, gás e serviços de energia elétrica - têm um peso maior na cesta de consumo destas famílias. Assim, os pobres gastam uma parcela maior da renda com comida, na comparação com os ricos.

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro

Uma lembrança que ainda arde, no bolso dos brasileiros, a inflação volta a pressionar o orçamento das famílias no Brasil, em especial as de menor poder aquisitivo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a alta de preços atinge de maneira diferente ricos e pobres.

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O preço dos cereais tem subido, dia após dia, e um saco de 5 kg de arroz já custa mais de R$ 50 em alguns supermercados

Desde que a pandemia do novo coronavírus começou, em março do ano passado, a inflação oficial acumulada medida pelo IPCA foi de 7,39%. Para as famílias com renda de até cinco salários mínimos, porém, o índice medido pelo INPC foi maior, de 8,57%.

No início da pandemia, os índices chegaram a registrar deflação nos meses de abril e maio de 2020, em meio à retração da atividade econômica e à onda de bloqueios em todo o País. Mas nos meses seguintes os indicadores voltaram a subir, puxados por questões específicas.

Inflação

O primeiro grande choque foi a alta do preço dos alimentos. Base da alimentação do brasileiro, o arroz disparou 76% no ano passado e o feijão preto subiu 45%. A alimentação em domicílio ficou 18% mais cara.

Embora a inflação atinja todas as famílias, o impacto maior recai sobre as classes mais baixas. Isso ocorre justamente porque produtos básicos - como alimentos, gás e serviços de energia elétrica - têm um peso maior na cesta de consumo destas famílias. Em outras palavras, os pobres gastam uma parcela maior da renda com comida, na comparação com os ricos. Quando o preço do arroz sobe muito, são os pobres os mais prejudicados.

— A inflação não é igual para todo mundo e incide mais desastrosamente sobre os mais pobres. As classes mais baixas estão tendo uma queda real no consumo enquanto as classes mais altas, que acumularam poupança durante a pandemia, se preparam para um aumento no consumo de serviços, que tem uma demanda represada — resume o diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto.

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